Zona Curva

Painel da Câmara dos Deputados exibirá nome dos achacadores

Se os achacadores não se mexerem, será o fim do financiamento privado oficializado em campanhas eleitorais.

por Antonio Lassance

Atenção, brasileiros interessados de verdade no combate à corrupção: o nome dos achacadores aparecerá no painel da Câmara dos Deputados, a qualquer momento.

Melhor ainda: serão os próprios achacadores que irão revelar suas identidades oficialmente. Diz-se que achacador não passa recibo, mas, nesse caso, eles serão obrigados a abrir uma exceção.

Quando o ex-ministro Cid Gomes diagnosticou que os achacadores haviam infestado o Congresso, soubemos vagamente quem eram eles. Foram os que rosnaram no plenário e mostraram os dentes afiados contra Gomes.

Agora, a identificação ficará um pouco mais fácil. Os achacadores serão obrigados a revelar sua identidade no painel luminoso, para todo mundo ver. A revelação ocorrerá quando os deputados votarem o projeto de reforma política, retornando do Senado, que proibiu que empresas “doem” dinheiro para partidos e políticos. Ou seja, se os achacadores não se mexerem, será o fim do financiamento privado oficializado em campanhas eleitorais.

A quantidade de deputados que precisam muito desse dinheirinho que rola fácil em período de campanha é grande. Rola para quase todos os partidos, mas PSDB e DEM se mostraram os mais apavorados com o risco de perderem sua ração. Ficaram revoltados online e offline. O Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, também.

financiamento privado de campanhas

Alguns parlamentares não sabem fazer política se não houver dinheiro no meio, como se fosse óleo de seus motores. Há aqueles que são doentes por dinheiro, e as campanhas eleitorais são sua temporada de caça. São viciados, acometidos de uma patologia conhecida como achacopatia. Se são maioria ou minoria, veremos.

Estaremos esperando ansiosamente para ler e divulgar os nomes daqueles que não abrem mão de financiar campanhas com dinheiro de empresas e de usar a política não para representar pessoas e defender ideias, mas para fazer negócio. Cid Gomes, por sua vez, poderá abrir um cartaz com os dizeres: “eu já sabia”.

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