• Postura antidemocrática e criminosa de apoiadores de Bolsonaro

    Ainda falta o terceiro turno

    A campanha bolsonarista foi abertamente criminosa. Perdeu, mas ficou impune. E seguiu naturalizando esse privilégio, nos posteriores deboches à norma constitucional. Como previsto, a sucessão de golpes que pariu o governo Bolsonaro tornou-o tão ilegítimo que o deslocou para fora do regime da legalidade. Assim termina o mandato. Talvez (ainda) não haja muito a fazer na seara governamental, pois o Congresso aliou-se ao

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  • bolsonaro milicos

    Vamos falar de golpe?

    Golpe – O campo democrático exibe uma irresponsabilidade chocante apegando-se às frágeis narrativas do TSE sobre a segurança do voto eletrônico. Pessoas que temem um golpe fascista desconsideram os meios potencialmente mais simples de viabilizá-lo. A miopia tem origem na presunção de que a natureza “científica” da tecnologia eleitoral serve como antídoto para o obscurantismo bolsonarista. Assim, a defesa da candidatura Lula se

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  • lula e alckmin

    Alckmin de vice é autossabotagem

    Lula e Alckmin – Nem as melhores intenções do mundo justificam a proposta de tornar Geraldo Alckmin candidato a vice na chapa de Lula. O arranjo é duplamente desnecessário. Além de não fortalecer as supostas prioridades da campanha e do país, gera problemas evitáveis que só atrapalham o favoritismo e o eventual governo do petista. Alckmin desagrega. Desde que foi aventado, seu nome

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  • golpismo bolsonaro

    Vai ter golpe?

    Golpismo – Há algo estranho na conturbação institucional que aflige o país. Vivemos a ameaça permanente de uma ruptura que nunca se concretiza e que não sabemos definir, para além das bravatas enigmáticas e desconexas de Jair Bolsonaro. Tudo parece à beira do colapso, mas não vislumbramos suas possibilidades, nem ações efetivas para impedi-lo. Por um lado, o golpe já ocorreu e Bolsonaro é sua

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  • O impeachment morreu abraçado pela “terceira via”

    Terceira via – As pesquisas frustram a esperança de um nome da centro-direita chegar ao segundo turno presidencial tendo Lula e Bolsonaro na disputa. As várias chapas daquele campo dividiriam no máximo 30% dos eleitores. Com os índices atuais, nem a improvável união de seus pré-candidatos passaria à etapa decisiva, sequer somando os indecisos. Por definição, para uma via ser “terceira”, é preciso

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  • governo negacionista

    Pandemia negacionista

    Negacionismo significa refutar o irrefutável. Não se restringe a violências e desastres naturais, tampouco aos círculos fascistas. Atinge as melhores famílias. E é exatamente a disseminação da patologia, nas mais diversas molduras discursivas, que singulariza a catástrofe brasileira. Estatísticas, documentos auditados e textos legais provam que a Lava Jato cometeu delitos que elegeram Jair Bolsonaro. Não há margem racional para questionar a suspeição de

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  • O que pretendem esses manifestos?

    A ideia de resguardar a democracia brasileira contra Jair Bolsonaro possui viés negacionista. Para haver normalidade institucional sob ameaça, ela precisa ter sobrevivido aos arbítrios da Lava Jato. Ou o estado de Direito permite conspirações de agentes públicos para eleger um fascista, ou não vivemos nesse regime desde pelo menos 2016. Faz diferença tratar a deposição de Bolsonaro como rito expiatório do golpismo arrependido ou

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  • democracia brasil

    Pós-democracia

    A cada ataque mais veemente do arbítrio, surgem novos textos opinativos reafirmando a saúde da democracia brasileira. As instituições funcionam, as liberdades sobrevivem, há eleições. Os vaticínios catastróficos da esquerda falharam. O governo de Jair Bolsonaro pode ser medíocre, mas segue os padrões do estado de Direito. Essas afirmações dependem de significados muito convenientes de “ditadura” e “fascismo”, baseados no Brasil de 1964

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  • LULA LAVA JATO

    A conciliação perpetuará o fascismo

    A direita gosta de ver Lula prometendo uma candidatura que se destrói com meia-dúzia de canetadas amigas. O incômodo surge quando ele ameaça expandir essa perspectiva, abraçando uma agenda democrática que inclua sua elegibilidade em tópicos de interesse geral. Então os ideólogos da pacificação vêm negar-lhe o direito de falar em nome da boa causa. Romper esse bloqueio tornou-se uma obrigação moral e estratégica

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  • verdade bolsonaro

    A verdade sobre a verdade

    A primeira reação da cúpula da Lava Jato diante das reportagens do Intercept residiu em obstruir a confirmação de sua autenticidade. Embora insinuassem sofrer calúnias, as supostas vítimas evitaram meios simples e eficazes de combatê-las: disseram ter apagado os arquivos originais e pouparam o veículo de acusações que o ônus da prova submeteria à perícia. O inquérito dos hackers dificulta ainda mais o

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  • governo bolsonaro

    A Lava Jato produziu o governo Bolsonaro

    Os antigos defensores da Lava Jato, que festejaram quando a prisão de Lula impediu sua vitória eleitoral, reagem com perplexidade às estultices do governo Jair Bolsonaro. Ignorando a óbvia relação causal dos fenômenos, fingem que o jabuti subiu na árvore sozinho, como se a tragédia anunciada fosse um mero acidente de percurso na Cruzada Anticorrupção. É fácil notar que a Lava jato enriquece

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  • Bloco do golpe nasce para enfrentar o lulismo

    por Guilherme Scalzilli Havia meses a direita brasileira preparava sua fuga para o “centro” imaginário do espectro eleitoral. A ideia era se esconder sob uma candidatura que dissimulasse os vínculos do grupo com o golpe, alvo de rejeição quase unânime. Com Jair Bolsonaro suavizando ideologicamente o grupo situacionista e empurrando Lula ao polo contrário, uma salvação moderada até que parecia atraente. Enquanto o

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  • judiciário brasileiro isento

    A escandalosa isenção do Judiciário brasileiro

    por Guilherme Scalzilli Lula é um prisioneiro político porque sua condenação visou tirá-lo de uma disputa eleitoral que ele venceria. As fragilidades da sentença desqualificam a natureza “comum” do julgamento. Os ritos processuais foram meras formalidades, com recursos praticamente ignorados e manobras para ceifar os direitos do réu. O esforço das cortes em seguir a agenda sucessória e o bloqueio de visitas no cárcere possuem idêntica

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  • Regime judicial de exceção

    por Guilherme Scalzilli  STF já flertava com a ideia de excepcionalidade jurídica durante o julgamento do “mensalão”. Ela serviu como base de um acordo tácito entre os ministros, dando-lhes uma justificativa oportunista ao desprezo por provas materiais, ao viés condenatório e ao histrionismo inquisidor de Joaquim Barbosa. Todos imaginavam que seria algo passageiro, suficiente para impedir a reeleição de Lula. Assessor de Rosa Weber

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  • lula prisão

    O golpe preventivo contra Lula

    por Guilherme Scalzilli O empenho institucional para viabilizar a prisão de Lula destoa da insignificância da sua base condenatória. Somando as esferas e os recursos comprometidos com a aventura, não deixa de ser curioso que tenham sido incapazes sequer de especificar as circunstâncias do crime. Mas é chocante verificar que isso não fez diferença no resultado final. As coincidências arbitrárias do projeto suplantam os

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  • Narrativas e simbologias da condenação de Lula

    por Guilherme Scalzilli O acórdão do TRF-4 que condenou Lula reúne duas narrativas fortes e complementares. De um lado, o retrospecto de eventos criminosos imputados ao réu, tecendo as delações e os indícios materiais em função de um raciocínio preestabelecido. De outro, o programa ético que permitiu à corte ignorar os desvios morais e legais usados na construção dessa retórica e na busca

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  • As perspectivas de Lula

    por Guilherrme Scalzilli Lula – O TRF-4 inviabilizou a candidatura oficial de Lula, seja qual for a etapa da impugnação. A lei da Ficha Limpa e a falta de jurisprudência específica facilitam a decisão do TSE, que já teria viés negativo mesmo sem esse respaldo. Os trâmites devem postergar, mas dificilmente impedirão algo que norteou toda a estrutura inquisitória da Lava Jato.Acontece que Lula

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  • A fraude

    por Guilherme Scalzilli O antipetismo foi o motor central da Lava Jato, das mobilizações pelo impeachment, da omissão do STF no golpe parlamentar e do apoio da mídia à Cruzada Anticorrupção. As bandeiras e justificativas pontuais serviram para conferir verniz apolítico a posturas que não tinham outro estímulo senão o mais singelo partidarismo. As narrativas definidoras desses episódios espelham posições similares. Os elogios a Sérgio Moro,

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  • A democracia como pretexto

    por Guilherme Scalzilli Entre as narrativas que refutam a natureza golpista do impeachment é comum aparecer a ideia de que a “normalidade democrática” permaneceu intocada no país. O equívoco, às vezes involuntário, advém de uma distorção dupla envolvendo os termos desse conceito. O primeiro desvio confunde normalidade com normalização, isto é, o império da norma com a tolerância generalizada perante a sua violação

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  • Nada como um dia após o outro

    por Guilherme Scalzilli Sumiram os paneleiros, as camisetas amarelas, as festas midiáticas da cidadania. Acabaram os grampos nas celas curitibanas e o tráfico policial de informações sigilosas. O STF não ordena mais a prisão de parlamentares, que desistiram de zelar pela idoneidade presidencial. Tampouco as tevês divulgam flagrantes com teleobjetiva das intimidades palacianas. Desapareceu o pessimismo cataclísmico dos colunistas. Até as vinhetas radiofônicas pedindo o fim

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  • O filme ruim da Lava Jato

    por Guilherme Scalzilli Sei que deveria ignorar “Polícia Federal: A lei é para todos”, o tal filme sobre a Lava Jato, como fazemos com essas excrescências de mau gosto que proliferam em todas as mídias. Mas há algo incômodo na coisa, um absurdo original difícil de definir, que fica pedindo para ser decifrado. Talvez a incongruência fique mais clara se imaginarmos um filme

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