Zona Curva

Curtas na curva

Textos breves sobre uma gama variada de assuntos.

A pedra da loucura só está na cabeça do outro?

por Fernando do Valle Por volta do século XV, charlatões pretendiam curar a insanidade com uma pequena incisão no crânio, como em um passe de mágica, retiravam a pequena pedra da loucura da cabeça do desajustado. A prática falsamente assegurava aos outros pacatos cidadãos a proteção dessas figuras inadequadas que desestabilizavam suas convicções. A catarse do público no espetáculo da retirada da pedra da loucura assemelha-se aos rituais de pastores televisivos, a purgação dos males do mundo em poucos minutos regozija a audiência e traz conforto para enfrentar as agruras reais, muitas vezes insuportáveis. https://www.youtube.com/watch?v=6Hs8_oqVfZI Hoje muitos clamam para a retirada da pedra da loucura de seu oponente, daquele que não concorda com sua visão de mundo, o acusador não tem pedra no cérebro, o equilíbrio é sua tônica em sua conduta impecável, como diria Sartre, “o inferno são os outros”. As crenças do outro incomodam e o desejo de ordem domina a mente de muitos, que confiam em suas máscaras construídas pelo medo, com elas podem circular incólumes pelas ruas rumo ao shopping mais próximo. Nas redes sociais, o opositor é o louco, “como esse cara pode acreditar nisso”, com isso formam-se pequenas bolhas em que os iguais se protegem dos loucos de outras bolhas. O diálogo cessa com o outro que não se encaixa no que pretendo para o MEU país, para a MINHA família, o outro faz parte do time adversário e vivemos em uma eterna briga de torcidas de futebol. Sem loucura, não há arte, não há utopia, não há vida. Doença mental sob o desgoverno Bolsonaro

Onde eles estavam quando tudo isso começou?

por Guilherme Scalzilli Os grampos ilegais de Sérgio Moro e seus arapongas provocaram uma onda de moderação e zelo na mídia corporativa. Editoriais e artigos correram defender que as investigações da Lava Jato fossem pautadas pela prudência e pelo respeito à legalidade. Na maioria dos casos, os autores desses textos não passam no teste da coerência: eles apoiaram alegremente a escalada arbitrária de Moro e da Polícia Federal. Foi sua longeva cumplicidade que alimentou o monstro da espionagem criminosa. Isso fica evidente nas próprias reações aos abusos. Em vez de tratá-los como os crimes que são, os comentaristas usam eufemismos suaves do tipo “deslizes”, “polêmicos”, “trapalhadas”. E, pior, sugerem que não afetam a natureza republicana da Lava Jato. Os neolegalistas deixaram as coisas chegarem a um ponto irremediável para fingir que o desaprovam. Diante do fato consumado, tratam de limpar suas reputações das manchas que denunciarão os artífices do futuro sombrio que se anuncia. O último capítulo dessa reforma póstuma de imagem é lamentar que o golpe do impeachment favoreça conspiradores sujos e malvados. Oh, Eduardo Cunha será o vice-presidente! Oh, Temer negocia a própria impunidade! Oh, a Lava Jato vai acabar! Claro, todos conheciam esses riscos há meses. Chegaram mesmo a dizer que eram criações do governismo aloprado. Agora aparecem repentinamente chocados com as trágicas consequências de uma farsa da qual eles mesmos foram ativos apologistas. Publicado originalmente no Blog do Guilherme Scalzilli.

Os grampos do juiz Sérgio Moro incendeiam o país

por Fernando do Valle Em uma jogada midiática, o juiz Sérgio Moro divulgou ontem interceptações de conversas telefônicas de Lula com Dilma, Jaques Wagner e Eduardo Paes após a confirmação de que o ex-presidente assumiria a Casa Civil do governo federal. Difícil enxergar algo de grave nas conversas. Foi necessário muito jogo de cena e manipulação da imprensa, que acontece agora da forma cada vez mais deslavada, para que se justifique a revolta pelo que foi falado no grampo do magistrado de Curitiba. Vivemos em tempos sombrios em que uma República paralela instalada na capital paranaense decide os rumos políticos do país e em que conversas privadas do alto escalão do executivo sobre a difícil conjuntura política atual são utilizadas com evidentes propósitos políticos por parte do judiciário e pela grande imprensa. Uma rápida conversa entre a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula foi gravada mesmo após Moro ter suspendido os grampos. Por volta de 12h17 de ontem o juiz comunicou às operadoras de telefonia a suspensão dos grampos, mas as gravações foram realizadas mais tarde. Mesmo assim, os grampos foram prontamente enviados à TV Globo pelo juiz ou pela polícia federal. Existe ainda a possibilidade de que Moro grampeou o telefone de Dilma, o que tornaria o ato do juiz ainda mais grave.  Fica claro na gravação que é Dilma quem liga para Lula. Ouça o grampo: Aqui vale uma ressalva, Moro agiu respaldado pelas suas “costas quentes” na imprensa e setores do empresariado, sua presença nos últimos meses em dois eventos da associação LIDE, que reúne donos de importantes companhias brasileiras e capitaneado pelo prefeitável paulistano tucano João Dória Junior, já indicavam o apoio de forças poderosas às atitudes destrambelhadas, para dizer o mínimo, do juiz. Na manifestação do último domingo, no dia 13 de março, a figura mais incensada não foi nenhum político da oposição e sim Sérgio Moro. O mais constrangedor foi assistir artistas da Globo no protesto em um tal de MoroBloco com direito à camiseta com a estampa do juiz. Moro já havia grampeado Lula após sua condução coercitiva ao Aeroporto de Congonhas para um depoimento no mínimo no dia 4 de março: (Escute no post do Coletivo de jornalismo Mariachi). O filósofo Renato Janine Ribeiro fez uma boa reflexão pelo facebook sobre a questão ética e a quebra de privacidade do grampo: “A qualquer momento, um policial e um juiz podem mandar gravar você. Você, empresário, psicólogo, o que seja. Conheço psicólogos que atendem pelo telefone. Podem ser grampeados – e com boas razões, porque, afinal, há clientes que superfaturam ou corrompem, e que contam isso ao terapeuta…. Leia o restante. Há conflitos na avenida Paulista, 0 que demostra que o momento é delicado. Devemos preservar as garantias constitucionais e o Estado Democrático de Direito, essa é uma responsabilidade de todos. A grande falha da Lava Jato

A insana desigualdade social no mundo

A injusta distribuição da riqueza no mundo acaba de bater recordes. O 1% mais rico da população mundial deteve mais riquezas do que todo o resto do mundo junto em 2015, segundo relatório divulgado pela Oxfam, organização não-governamental britânica. Ou seja, o patrimônio de 70 milhões de super ricos é superior ao dos demais 7 bilhões de habitantes da Terra. A ONG calculou ainda que 62 pessoas possuem tanto capital quanto a metade mais pobre da população mundial, há apenas cinco anos, eram 388. Uma rede global de paraísos fiscais permite que os indivíduos mais ricos do mundo escondam 7,6 trilhões de dólares do fisco. Leia como o banco Goldman Sachs colabora para concentrar o dinheiro na mão de poucos. O relatório Uma Economia para 1% da Oxfam, baseado em dados do Informe sobre a riqueza 2015 do banco Credit Suisse, ainda afirma que “a riqueza detida pela metade mais pobre da humanidade caiu em um trilhão de dólares nos últimos cinco anos, evidenciando de que vivemos hoje em um mundo caracterizado por níveis de desigualdade não registrados há mais de um século”. A riqueza das 62 pessoas mais ricas do mundo aumentou em 44% nos cinco anos decorridos desde 2010 – o que representa um aumento de mais de meio trilhão de dólares (US$ 542 bilhões) nessa riqueza, que saltou para US$ 1,76 trilhão. Para piorar ainda mais, a riqueza da metade mais pobre caiu 41%, pouco mais de um trilhão de dólares no mesmo período, sem esquecer que a população mundial aumentou em 400 milhões de pessoas. Felizmente, o Brasil ainda figura entre os poucos países com avanços no combate à desigualdade social. Nos últimos 13 anos, a renda dos 10% dos brasileiros mais pobres subiu 129% em ganhos reais (descontada a inflação). A partir de amanhã na cidade de Davos, na Suíça, alguns dos responsáveis por esses índices que indicam a abissal injustiça social que o mundo está mergulhado reúnem-se no Fórum Econômico Mundial. FONTE: Oxfam Norte e Nordeste voltam a ser esquecidos no faminto Brasil de Bolsonaro

A violência da polícia paulista no protesto contra aumento no transporte público

por Fernando do Valle Como nas manifestações de junho de 2013, o Movimento Passe Livre (MPL) vem organizando protestos contra o aumento de R$ 3,50 para R$ 3,80 na passagem do transporte público em São Paulo. Tanto na sexta (dia 8 de janeiro) como ontem, a polícia cometeu uma série de arbitrariedades com o triste saldo de dezenas de feridos por balas de borracha, estilhaços das bombas de gás lacrimogêneo e violência física dos policiais. Parece que, como 1968, 2013 é também o “ano que não terminou”. Vídeo mostra como a polícia encurralou os manifestantes na esquina da avenida Paulista com rua da Consolação (do site Outras Palavras): https://www.youtube.com/watch?v=aRiGFuGCUF4 A jornalista Camila Salmazio cobria o protesto ontem para a Rádio Brasil Atual e relatou  no facebook  como a polícia cercou o movimento após uma desavença sobre o trajeto da passeata. Salmazio explica que “o Movimento Passe Livre queria seguir pela avenida Rebouças até o Largo da Batata. A polícia queria que os manifestantes seguissem pela Consolação até a Praça da República. Não houve diálogo e a repressão já começou na Praça do Ciclista com bombas, balas de borracha e gás de pimenta. Não havia para onde correr das bombas. A Tropa do Braço ‘envelopou’ todas as possíveis saídas”. Neste vídeo, vemos a conversa de um coronel da PM com um dos representantes do protesto: Vários relatos demonstram como a polícia organizou um forte aparato repressivo ontem na Praça do Ciclista, local marcado do protesto pelo MPL. O professor Pablo Ortellado escreveu no facebook  que “desde as 16 horas não se podia chegar ao local da concentração sem contorná-lo e sem passar por revista (como foi feito quando o direito de reunião foi de facto suspenso durante a Copa do Mundo). O local da concentração (praça do Ciclista, na esquina da Paulista com a Consolação) foi cercado pela polícia por todos os lados, impedindo qualquer movimentação que não fosse a Consolação.” Já na primeira manifestação na sexta, a PM justificou o uso da desmedida violência com a conhecida (e costumeira) desculpa da presença de black blocs mascarados no ato. No momento em que parte dos presentes tentou ocupar a avenida 23 de Maio no centro, a polícia reagiu com bombas e violência (assista ao vídeo ). Como ontem, a polícia prendeu vários manifestantes. O MPL marcou outro protesto para amanhã, dia 14 de janeiro. Vídeo do Coletivo Jornalistas Livres: https://urutaurpg.com.br/siteluis/violencia-na-tv/  

Esquerda unida contra o impeachment e Eduardo Cunha

por Fernando do Valle Dividida durante este ano, a esquerda uniu suas forças ontem contra a desfaçatez de Eduardo Cunha e o golpe preparado por setores conservadores. O protesto mobilizou milhares de pessoas nas avenidas das principais capitais brasileiras. Segundo os organizadores, 100 mil protestaram na avenida Paulista ontem, para o DataFolha, foram 55 mil.   A presença dos militantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) simbolizou a união dos movimentos sociais. Nas outras manifestações deste ano, o movimento que cresce a cada dia e mobiliza um enorme contingente nas cidades na luta por moradia, evitava participar de protestos organizados pela CUT e MST. As manifestações pelo #foracunha e #nãovaitergolpe, que aconteceram em 25 Estados e no Distrito Federal, fizeram duras críticas ao ajuste fiscal capitaneado pelo ministro Joaquim Levy, que pode deixar o governo neste final de ano. Na noite de ontem, o procurador geral da República Rodrigo Janot finalmente pediu o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados por utilização do cargo para “fins ilícitos”. Além disso, o ex-governador mineiro, o tucano Eduardo Azeredo, foi condenado a 20 anos de prisão por peculato e lavagem de dinheiro no chamado mensalão mineiro. Será que finalmente veremos um tucano atrás das grades por corrupção? Sobre a união das esquerdas Vídeo gravado ontem pelos Jornalistas Livres na manifestação na cidade de São Paulo:

Diretamente da Bruzundanga de Lima Barreto

            por Fernando do Valle Lima Barreto – Na Bruzundanga de Lima Barreto (aviso que qualquer semelhança NÃO é mera coincidência), o financeiro/economista acredita que o decréscimo populacional solucionaria problemas econômicos, os políticos creem-se feitos de carne e sangue diferentes dos meros mortais e os “pistolões” garantem o sucesso dos escritores. Lima cultuou esse humor corrosivo, que o levou a escrever o livro, de experiências próprias como jornalista e da proximidade com a elite intelectual da época, sempre disposta ao descarado puxa-saquismo para ascender socialmente. A política “A política não é uma grande cogitação de guiar os nossos destinos; porém, uma vulgar especulação de cargos e propinas”. (trecho de Os Bruzundangas)   Em tom satírico, Lima desanca a oligarquia de doutores que dominava a política, “pobres e ricos corriam” em busca dos títulos de advogado, médico e engenheiro, o que lhes assegurava “certos privilégios e regalias”. A primeira edição de “Os Bruzundangas” foi lançada em 1922 (ano da morte de Lima). No livro, o escritor escancara os vícios da República Velha (1889-1930), e que infelizmente continuam atuais na Nova (ou Sexta) República, iniciada após a ditadura militar. O livro é narrado por um visitante das plagas bruzundanguenses que divide sua percepção em capítulos temáticos como “Um grande financeiro”, “O ensino na Bruzundanga”, “A sociedade” etc. Pobre, negro e alcoólatra, o escritor Lima Barreto morreu em 1 de novembro de 1922 com apenas 41 anos e lutou contra o preconceito e a ignorância armado por sua escrita contundente. Leia texto sobre Lima e o racismo. Leia alguns trechos do livro:  “Que financeiro!” “Financista elegante e estudioso dos mecanismos financeiros do velho mundo, Dr. Karpatoso foi convocado pelo governo para solucionar o déficit de Bruzundanga, quebrou a cabeça e três dias depois, elaborou a proposta: “aumentava do triplo a taxa sobre o açúcar, o café, o querosene, carne-seca, o feijão, o arroz, a farinha de mandioca, o trigo e o bacalhau além de outros aumentos”. O governante Idle Bhras de Gramofone e Cinema exultou: “Que financeiro!”. Um deputado objetou: “Vossa excelência quer matar de fome o povo da Bruzundanga”. Karpatoso responde: “Não há tal; mas mesmo que viessem a morrer muitos, seria até um benefício, visto que o preço da oferta é regulado pela procura e, desde a procura diminua com a morte de muitos, o preço dos gêneros baixará fatalmente.”   Os políticos “É que a vida econômica de Bruzundanga é toda artificial e falsa nas suas bases, vivendo o país de expedientes. Entretanto , o povo só acusa os políticos, isto é, os seus deputados, os seus ministros, o presidente, enfim. O povo tem em parte razão. Os seus políticos são o pessoal mais medíocre que há. Apegam-se a velharias, a coisas estranhas à terra que dirigem, para achar solução às dificuldades do governo. A primeira coisa que um político de lá pensa, quando se guinda às altas posições, é supor que é de carne e sangue diferentes do resto da população. O valo de separação entre ele e a população que tem de dirigir faz-se cada vez mais profundo. A nação acaba não mais compreendendo a massa dos dirigentes, não lhe entendendo estes a alma, as necessidades, as qualidades e as possibilidades”.   Pobres x ricos “A inteligência pobre que se quer fazer tem de se curvar aos ricos e cifrar sua atividade mental em produções incolores, sem significação, sem sinceridade, para não ofender seus protetores. A brutalidade do dinheiro asfixia e embrutece as inteligências”.   “Sobre os literatos — Quantas cartas tem aí! — disse-lhe eu ao vê-lo abrir a carteira para tirar uma nota com que pagasse a despesa. — São “pistolões”. — Pra tanta gente? — Sim; para os críticos dos jornais e das revistas. Não sabes que vou publicar um livro?”   Fonte usada: “Os bruzundangas”, de Lima Barreto (editora Martin Claret). Tudo como dantes no quartel de Abrantes (e da imprensa) A revolta do escritor Lima Barreto contra o racismo

Mortalidade infantil no Brasil caiu 73% nos últimos 25 anos, segundo OMS

A mortalidade infantil no Brasil caiu 73% nos últimos 25 anos, segundo dados divulgados ontem (dia 9) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com o relatório Níveis e Tendências da Mortalidade Infantil 2015, o índice de mortes entre crianças brasileiras menores de 5 anos passou, em 1990, de 61 óbitos para cada mil nascidas vivas para 16 óbitos para cada mil nascidas vivas em 2015. Apesar dos avanços, a OMS destacou que as disparidades persistem no país. O estudo indica que, dos cerca de 5,5 mil municípios brasileiros, mais de mil registraram taxa de mortalidade infantil de até cinco óbitos para cada mil nascidas vivas em 2013, enquanto em 32 cidades a taxa superava 80 óbitos para cada mil nascidas vivas. Além disso, crianças indígenas que vivem no Brasil têm duas vezes mais chance de morrer antes de completar o primeiro ano de vida que as demais. Segundo o relatório, esse tipo de exemplo demonstra que, mesmo em países com níveis relativamente baixos de mortalidade infantil, são necessários maiores esforços para reduzir as disparidades entre diferentes grupos sociais. Historicamente, os índices brasileiros de mortalidade de recém-nascidos eram muito elevados. Por exemplo, em 1945, perto de 250 bebês, entre 1000 nascimentos, morriam em Salvador antes do aniversário de um ano. No interior ainda mais miserável, a situação era ainda mais dramática. Em 2003, a média de mortalidade infantil nos estados brasileiros era de 29,7/1000. Dez anos depois, em 2013, alguns estados ainda apresentam índices elevados, a maior foi observada no Maranhão, de 24,7 bebês mortos a cada mil nascidos vivos. O menor resultado foi de Santa Catarina: 10,1 bebês por mil nascidos vivos. Com informações da Agência Brasil.

Dismaland, o parque de diversões distópico de Banksy

por Fernando do Valle O grafiteiro Banksy inaugurou no último sábado (dia 22 de agosto) sua obra mais ousada, o Dismaland (Terra Desolada), um parque de diversões distópico que conta com o trabalho de 59 artistas, incluído o próprio. Localizado em Weston-super-Mare, litoral oeste da Inglaterra, o Dismaland é “um festival de artes e diversões anárquicas onde nem tudo é um conto de fadas”. Entre as atrações iconoclastas do Dismaland, não recomendadas para crianças pequenas, encontramos um castelo em ruínas, um veículo blindado antimotim usado na Irlanda do Norte, a Ilha da Guerrilha e workshops que ensinam a hackear painéis de publicidade. Considerado um dos mais conhecidos artistas de rua do mundo, Banksy e seus primeiros grafites surgiram na cidade britânica de Bristol nos anos 90. Alguns acreditam que Banksy, que se mantém anônimo até hoje, é formado por um coletivo de artistas. O parque dark de Banksy foi construído no que sobrou do resort Tropicana, que Banksy declarou em nota à imprensa sempre fez parte de suas reminiscências infantis. Todas as sextas, o parque abrigará shows de bandas como Savages, Pussy Riot, Massive Attack, entre outras. Somente alguns funcionários da prefeitura tinham conhecimento da montagem de Dismaland. Os moradores do balneário inglês acreditavam que a movimentação no resort abandonado era causada pela gravação de um filme de ação. O parque colocou à disposição do público 4 mil ingressos todos os dias a 3 euros cada até o dia 27 de setembro.   Com informações do Channel 4.

Para relaxar? Só com o viral Tapa na Pantera

Pedimos a ajuda da atriz Maria Alice Vergueiro para desanuviar o ambiente. A atriz estrelou o vídeo Tapa na Pantera, um dos mais viralizados da internet brasileira, em agosto de 2006. Na época com 71 anos, Maria Alice relatava com humor seu hábito de fumar um baseado ou dar um tapa na pantera há mais de 30 anos. A personagem ou a atriz, como queiram, afirmava: “eu fumo há 30 anos, todos os dias, sem pular um dia e não estou viciada”. Com mais de 6 milhões de visualizações, o curta-metragem deixava a pergunta no ar se era uma ficção (como indica texto no início do vídeo) ou era baseado (ops!) na rotina da atriz. Em recente entrevista à revista Caros Amigos, Maria Alice, aos 80 anos, confirma o hábito que é “ótimo para controlar o Parkinson”, segundo seu médico. A doença acomete a atriz desde 2002. Quatrocentona paulistana e tataraneta do Conde Vergueiro, Maria Alice abandonou o emprego de professora da USP para viajar com uma trupe circense. Foi uma das fundadoras do grupo Ornitorrinco ao lado de Cacá Rosset e participou do Grupo Oficina, de José Celso Martinez Corrêa. Recentemente estrelou e dirigiu a peça “Why The Horse?”, em que encena a própria morte no palco com seu grupo Pândega. Toda mulher é meio Leila Diniz*