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Ditadura Nunca Mais com Urariano Mota
Colaborou Isabela Gama O CONVERSA AO VIVO ZONACURVA recebeu no último dia 5 de maio o escritor e jornalista Urariano Mota, colaborador há mais de 7 anos do ZonaCurva, e autor, entre outros, do livro “Soledad no Recife”, que conta a trajetória da paraguaia Soledad Barrett, militante nos anos da ditadura militar brasileira. A conversa contou com a participação do editor Zonacurva Fernando
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Não há meia democracia
Na democracia, assim como na gravidez feminina, não há meio termo. Não há meia democracia. É ou não é. Assume-se ou rejeita-se. Mas a imprensa parece ignorar esse fato e tenta conviver com um governo que adota princípios que negam na prática o compromisso democrático. A indefinição é o grande dilema da mídia brasileira às vésperas de um pleito que vai definir o
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Marighella, imortal no Tempo, nas vozes de Whitman, Maiakovski, Neruda, Shakespeare e Nietzsche
Marighella – Algum predador poderia tê-lo visto desembarcar ou farejado seu corpo que se esgueirava pelo caminho que conduzia ao Tempo naquela noite escura, do dia quatro de novembro de 1969. O homem atacado, desconfiado, alerta, caminhava com esforço. Vinha do sul e também do norte, do oeste e também do leste, de todas as direções de sua Pátria que fora desde sempre
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A ditadura brasileira e os dois demônios
Aqui, continuamos com os dois demônios no discurso da direita: “Se houve assassinatos, houve assassinatos dos dois lados”. Pior, temos continuado sob o demônio do terror de Estado, pois volta o negacionismo da ditadura Leio na SWI swissinfo.ch: “Buenos Aires, 8 dic (EFE).- El presidente argentino, Alberto Fernández, homenajeó este miércoles a las doce personas secuestradas entre el 8 y el 10 de
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Brasil: segue o “bonde” da destruição
7 de setembro – O presidente do país segue governando na lógica do factoide, imitando seu ídolo Donald Trump. Parece não ter se dado conta do que aconteceu lá na matriz que tanto ama. A tática do factoide não deu certo. Trump foi derrotado fragorosamente. Por aqui, os marqueteiros do presidente continuam incentivando a mesma toada que, ao que parece, só serve mesmo
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Instituto Vladimir Herzog denuncia Bolsonaro na ONU por comemorações do golpe de 64
O Instituto Vladimir Herzog (IVH) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entraram na útlima sexta, dia 29 de março, com uma petição junto à Organização das Nações Unidas (ONU) para denunciar a decisão do presidente Jair Bolsonaro de comemorar o aniversário do golpe militar de 1964. O documento denuncia a tentativa do presidente e de outros membros do governo, como o chanceler
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Documentário Pastor Cláudio escancara a violência da Ditadura
Cláudio Guerra – O documentário “Pastor Cláudio” estreia amanhã, dia 14 de março, e mostra o encontro de Cláudio Guerra, ex-delegado e agente da ditadura civil-militar, e Eduardo Passos, psicólogo que atende vítimas da violência de Estado. Cláudio Guerra é réu confesso de assassinatos de opositores ao regime de exceção que o país amargou por 21 anos. Beneficiado pela Lei de Anistia, Guerra
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Médici corrupto
por Carlos Fico O ex-presidente Médici é pouco estudado, mas muito lembrado. Deixou raros documentos e entrevistas, mas sua memória é cultuada por muitos. É lembrado por ter presidido o “milagre brasileiro” (altas taxas de crescimento do PIB entre 1969 e 1973). Sua popularidade cresceu com a conquista da Copa do Mundo em 1970 pelo Brasil. Era aplaudido nos estádios de futebol. Nas
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Zico foi excluído da seleção pela ditadura
ZICO – Todos nós já sabíamos do uso, para efeito de propaganda política, da seleção brasileira de futebol. Sabíamos também da sua interferência até na escalação de jogadores, quando Médici impôs Dario ao time da Copa. E a consequente demissão do grande João Saldanha. Mas não sabíamos disto, com provas vivas, de excluir e perseguir geniais jogadores por motivo ideológico. O jornalista e
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Arquivos da ditadura e memória subversiva
por Frei Betto As Forças Armadas brasileiras preferem tergiversar a respeito dos arquivos da ditadura. Insistem na versão de que foram queimados. Não haveria nada a ser trazido a público. Ora, impossível apagar a memória daqueles 21 anos de atrocidades. Mais de 70 anos após o inferno nazista, novos dados ainda vêm à tona. Não será aqui no Brasil que haverão de borrar
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Brasil precisa da CIA para confirmar que Geisel e Figueiredo foram mandantes de assassinatos
por Fernando do Valle Triste o país que precisa de documento da CIA para confirmar que os ditadores Ernesto Geisel e João Figueiredo foram mandantes de assassinatos. Informados em 1974 por generais sobre o extermínio de 104 opositores à ditadura civil-militar durante o governo do ditador Médici, ambos resolveram prosseguir com a “política” de execução de brasileiros contrários ao governo. Ontem Matias Spektor,
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A cooperação da Volkswagen com a ditadura brasileira
por Fernando do Valle A colaboração de algumas empresas com a ditadura no Brasil (1964-1985) ainda deve ser devidamente esclarecida quando fica cada dia mais evidente o benefício que corporações multinacionais e nacionais obtiveram através de suas relações próximas com o regime de exceção. A filial brasileira da indústria de automóveis alemã Volkswagen exemplifica como a repressão à liberdade dos trabalhadores foi utilizada
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Canto de liberdade para José Amaro Correia
por Urariano Mota Em um trecho do Dicionário Amoroso do Recife, escrevi: “José Amaro Correia, Zé Amaro, ou Mário Sapo, como o chamamos, era e continua a ser um socialista, militante político, preso em 1973 no DOI-CODI no Recife… Quando eu lhe pergunto se depois de tanta luta, se alguma vez ele não pensou em desistir, ele, que sei estar com problemas circulatórios,
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Ministério Público de São Paulo denuncia legista Harry Shibata por ocultar assassinato da ditadura
por Fernando do Valle O Ministério Público Federal em São Paulo ofereceu na última semana nova denúncia contra o legista aposentado Harry Shibata, acusado de forjar laudo necroscópico de Helber José Gomes Goulart, da ALN, morto pelo Doi-Codi em julho de 1973. Segundo a acusação, o médico deliberadamente ignorou visíveis lesões de tortura no pescoço e na cabeça do corpo do militante da
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A morte de Vladimir Herzog e o Brasil que não queremos
por Fernando do Valle Vladimir Herzog – Noite de 24 de outubro de 1975, agentes da ditadura chegam à redação da TV Cultura com a ordem de levar o diretor de jornalismo da TV Cultura, Vladimir Herzog, para depor sobre suas ligações com o PCB – Partido Comunista Brasileiro no II Exército. Iniciou-se ali uma negociação entre os jornalistas da redação e os
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10 músicas contra a ditadura militar (2)
MÚSICAS CONTRA A DITADURA – Após a publicação do texto com 10 músicas contra a ditadura militar em julho, recebemos dos leitores algumas sugestões de outras músicas do período que desafiavam o governo autoritário. Através dessas sugestões e de pesquisa, selecionamos mais 10 canções emblemáticas do período, vamos a elas: 10º “Pesadelo” (Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro)- Inocentes As primeiras bandas punks brasileiras
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10 músicas contra a ditadura militar
Naqueles tempos bicudos da ditadura militar, a música denunciava na lata ou de forma velada os arbítrios cometidos pelo regime. O ritmo não importava, podia ser o samba, o rock, o forró, a MPB ou outro, juntos formavam um verdadeiro repertório de resistência cultural. Sem dúvida, os anos 60 e 70 foram um dos períodos de maior criatividade na música brasileira. Se o
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Em 1970, os Tupamaros de Mujica contra Dan Mitrione, o mestre da tortura
Mitrione – O policial norte-americano e mestre em tortura Dan Mitrione foi enviado pelo governo daquele país ao Brasil e Uruguai para ensinar seu método de tortura que consistia em “provocar dor com precisão no momento preciso e na quantidade precisa para obter o efeito desejado”. Como cobaias em suas sádicas aulas, Mitrione usava presos e mendigos para demonstrar na prática como torturar
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Corrupção na construção da usina de Itaipu pode ter motivado a morte do embaixador José Jobim
O Instituto João Goulart encaminhou no final de novembro denúncia ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro sobre a suspeita de que o embaixador José Jobim foi assassinado por agentes da ditadura militar em março de 1979. Poucos meses antes de sua morte, o embaixador declarou para políticos em Brasília que escrevia suas memórias em que denunciaria o esquema de corrupção na