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Emiliano Zapata cumpriu a promessa que fez ao pai

Zapata – Quando seu pai, Gabriel, camponês e criador de cavalos, chorou de revolta no momento em que ricos fazendeiros tomaram suas terras, seu filho, Emiliano, prometeu que, ao crescer, recuperaria as terras da família. Anos mais tarde, Emiliano cumpriu a promessa feita ao pai. Pena que Gabriel não viveu para testemunhar, ele morreu quando Emiliano tinha 17 anos.

O mexicano Emiliano Zapata tornou-se símbolo da luta por justiça social e reforma agrária na América Latina e lutou na Revolução Mexicana (1910 – 1920). Ainda jovem, iniciou sua militância política contra o governo de Porfírio Diaz, que governou para a elite agrária entre 1876 e 1911 um país com 11 milhões de pessoas, a grande maioria analfabetos.

Emiliano Zapata Salazar nasceu na pequena San Miguel Anenecuilco em 8 de agosto de 1879.

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O pintor Diego Rivera retrata Zapata (obra de 1931) (fonte: site do MOMA)

Seu nome começou a ficar conhecido quando Zapata, em maio de 1910, junto com seu grupo, enfrentou a polícia e devolveu a posse de terras aos camponeses, que haviam sido tomadas por latifundiários na região de Vila Ayala, estado de Morelos, região central do México.

A ação chamou a atenção de Francisco Madero, político influente que lutava contra Porfírio Diaz, e se aproximou de Zapata. Ambos fizeram um acordo e Madero se comprometeu com Zapata a realizar a reforma agrária se chegasse ao poder.

“É melhor morrer de pé do que viver de joelhos” 

Emiliano Zapata

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Zapata (o primeiro à esquerda segurando a faixa Terra e Liberdade, lema da Revolução Mexicana) em mural de Diego Rivera

Zapata inspira a luta dos índios de Chiapas e seu Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN). Saiba mais sobre eles.

Após duro conflito armado que começou no norte do país e estendeu-se a outras partes do território mexicano, Porfírio Díaz apresentou sua renúncia e exilou-se na França. Em 1911, Madero é eleito, mas nega-se a realizar a reforma agrária, então Zapata une-se ao líder revolucionário Pascual Orozco e ambos lutam contra o governo central.

Em fevereiro de 1913, o general Victoriano Huerta assassina Madero e torna-se ditador. A força demonstrada pelo exército guerrilheiro, liderado por Zapata e Pancho Villa, força a derrubada de Huerta em 1914, que abandona o país. Durante esse período, Zapata e seus liderados foram acusados de não obedecer a chamada “ética da guerra”, tendo liderado execuções sumárias e agido com violência contra seus inimigos.

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Mais um quadro em que Diego Rivera retrata o revolucionário mexicano

Thomas Sankara lutou contra o fardo colonial na África

Nesse momento, Venustiano Carranza toma o poder e estabelece um novo governo constitucional. Os revolucionários liderados por Zapata não apoiam o novo presidente e mantêm sua luta.

Preocupado com o crescimento do movimento zapatista, o coronel Jesús Guajardo armou uma armadilha para Zapata a mando do presidente Carranza e do general Pablo González. Para isso, o coronel simulou o desejo de debandar para o lado de Zapata. Desconfiado, o líder revolucionário exigiu provas das intenções de Guajardo, que prontamente mandou assassinar vários ex-zapatistas. Com isso, Zapata compareceu a uma reunião para selar a adesão da tropa do coronel ao movimento liderado pelo revolucionário. Surpreendido, Zapata foi assassinado em 10 de abril de 1919.

Zapata e seu inseparável sombrero (fonte: SIBCI)
Zapata e seu inseparável sombrero (fonte: SIBCI)

A versão cinematográfica da história de Zapata foi realizada pelo diretor Elia Kazan com roteiro do escritor John Steinbeck. Viva Zapata! foi lançado em 1952 com Marlon Brando no papel de Emiliano Zapata. Assista ao trailer:

 

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