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“Nós vamos juntar os diferentes para vencer os antagônicos”, diz Lula

Na tarde desta quarta-feira (dia 7 de outubro), o ex-presidente Lula reuniu-se com 16 senadores de 19 Estados e 12 governadores que o estão apoiando no segundo turno das eleições presidenciais contra Jair Bolsonaro. No encontro, que aconteceu em um hotel no centro da cidade de São Paulo, eles falaram sobre os desafios para a vitória do petista no segundo turno.

Estavam presentes o governador reeleito do Pará Helder Barbalho (MDB),  a governadora reeleita do Rio Grande do Norte Fátima Bezerra (PT), o governador eleito do Piauí Rafael Fonteles (PT), o governador eleito do Amapá Clécio Luís (Solidariedade), o atual governador de Pernambuco Paulo Câmara (PSB), a atual governadora do Piauí Regina Sousa (PT), o atual governador de Alagoas Paulo Dantas (MDB), o governador reeleito do Maranhão Carlos Brandão (PSB), o governador eleito do Ceará Elmano Freitas (PT) e o atual governador da Paraíba João Azevedo (PSB).

Além destes, compareceram à reunião 16 senadores em exercício e outros três que assumirão o cargo no próximo ano.

 

Apoio do PDT e promessa de diálogo com a população

Minutos antes do evento, Carlos Lupi, presidente do PDT, esteve em uma breve coletiva de imprensa com o ex-presidente, onde afirmou considerar uma “honra” e obrigação dos membros de seu partido conceder apoio a Lula. 

“Não é só eleger Lula, é impedir o mal que abate a sociedade brasileira. Bolsonaro representa tudo que o a gente lutou contra a vida inteira. Então, estar ao seu lado é estar ao lado da democracia. (…) Ao lado da esperança e ao lado de um trabalhador. Como Brizola gostava de dizer, Lula representa um trabalhador”, discursou.

Lula fez um aceno a Ciro Gomes, relembrando a trajetória dos dois juntos, quando o pedetista fez parte de seu governo, e afirmando que ele é diferente quando não está na presença da imprensa. “Eu conheço bem o Ciro Gomes”. Ele também relembrou da aliança com Leonel Brizola e afirmou que a legenda vale mais que os 3,5% obtidos no primeiro turno. Por fim, enfatizou: “nós vamos juntar os diferentes para vencer os antagônicos”, destacou o ex-presidente.

Mais tarde, durante seu discurso entre os senadores e governadores, o ex-presidente afirmou que a luta pela democracia deve se ampliar também para a qualidade de vida da parte mais sofrida da população. “Quando a gente defende a democracia, estamos defendendo liberdade política, mas também o direito desse cara comer, desse cara estudar e de morar. Ele tem o direito, não basta estar na Constituição, mas sem regulamentação”, disse.

Além disso, chamou atenção para a falta de reajuste do salário mínimo. “Qual a lógica?”, criticou. “Você faz teto de gastos para quê? Para garantir que os banqueiros recebam o que lhes é devido? E vai cortar o benefício do povo, é isso?” questionou Lula.

De acordo com o ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL) não dialoga com os prefeitos e governadores. Então, se comprometeu, caso seja eleito, a se reunir com todos os governadores para juntos arquitetarem um plano de crescimento econômico. 

Ex-presidente Lula em reunião com senadores e governadores
Lula em encontro com governadores e senadores em São Paulo (Foto de Nelson Almeida/AFP)

“Quando você se torna presidente, você não ganha um mandato de dono do Brasil. Você ganha, na verdade, quase que o papel de síndico. Tem que administrar não os seus interesses, mas os interesses da sociedade”, discursou Lula.

Por último, o petista também afirmou que pretende focar sua campanha nas ruas para o segundo turno. Em seguida, disse que deve ir a apenas dois debates até 30 de outubro.

 

Abstenção dominou discurso de governadores e senadores

A alta taxa de abstenção no primeiro turno, que chegou a 20,95% (equivalente a 32,7 milhões de eleitores), e a importância de incentivar os eleitores a irem às urnas fez parte da fala de diversos apoiadores do presidenciável Lula. 

“Essa eleição teve a maior taxa de abstenção. Superou 2018. Temos que ir atrás desse voto”, disse o senador Jaques Wagner (PT), um dos coordenadores da campanha. “Temos que insistir com a Justiça Eleitoral para a colocação de ônibus, disponibilizar, se possível, tarifa zero no domingo, 30 de outubro, para todos poderem votar”.

“Não vamos virar voto do Bolsonaro. Agora, é ir atrás dos nossos que ficaram na abstenção”, disse a governadora do Piauí Regina Sousa (PT). A fala de Helder Barbalho (MDB), governador reeleito do Pará com maior votação do Brasil (69,39%), foi centrada na necessidade da distribuição de renda e no desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Fátima Bezerra (PT), reeleita para o governo do Rio Grande do Norte, ressaltou a importância de “uma frente cada vez mais ampla pela democracia”. “O nordeste nunca lhe faltou nem lhe faltará, de maneira nenhuma”, disse, se comprometendo com o candidato do PT.

Lula e Alckmin
Da esquerda para a direita: Kátia Abreu, Geraldo Alckmin, ex-presidente Lula, Helder Barbalho e Rafael Fonteles  (Foto de Letícia Coimbra)

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) destacou a necessidade de Lula ter avanços dentro do eleitorado evangélico onde o atual presidente lidera com boa vantagem. “Esse ato precisa ser repetido novamente antes do segundo turno e temos que convidarmos também os religiosos, tanto evangélicos como católicos, além de representantes da economia, de modo a fazer um movimento, ciscando para o centro, em que possamos ampliar o espectro da candidatura”, afirmou.


Em uma crítica a Bolsonaro, o senador Fabiano Contarato (PT) parafraseou Ulysses Guimarães: 

 “A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria a confessa ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca. Traidor da Constituição é traidor da Pátria.”

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