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Os mistérios da madame Blavatsky

job 18 de outubro

Blavatsky – Reza a lenda que a maga Blavatsky possuía vários amigos invisíveis e se irritava com sua família e os criados quando eles não davam atenção a eles. Filha de nobres, a ucraniana Helena Blavatsky, fundadora da Sociedade Teosófica, apresentou dons psíquicos desde criança.

Escritora, teóloga e filósofa, Elena Petrovna von Hahn (30 de julho 1831 – 8 de maio 1891) teve educação refinada e desde muito cedo mostrou-se rebelde e independente. Em espisódio que demonstra seu temperamento, a governanta da família a desafiou a encontrar um homem que tivesse coragem de casar com ela. Em tom de brincadeira, Helena sugeriu ao já idoso Nikifor V. Blavatsky que casasse com ela. O general topou, ela não se fez de rogada e passou à condição de senhora Blavatsky.

O casamento durou pouco. Aos 17 anos, Helena saiu pelo mundo. Conheceu a Índia, Leste Europeu, África, Tibete e Ámerica do Sul. Na Índia, Helena conheceu dois mahatmas (mestres) que a iniciaram no esoterismo.

Mas foi em Nova Iorque, em 1875, que Helena fundou ao lado do coronel Henry Steel Olcott a Sociedade Teosófica. Em carta a um amigo russo, Blavatsky explica o ideário da organização:

“A Sociedade Teosófica será composta de ocultistas e cabalistas eruditos, de filósofos herméticos do século XIX e egiptologistas em geral. Queremos fazer uma comparação experimental entre o Espiritismo e a Magia dos antigos seguindo literalmente as instruções dos antigos cabalistas, tanto judeus como egípcios. Ao longo de muitos anos tenho estudado a filosofia hermética em teoria e prática, e a cada dia me convenço mais de que o Espiritismo em suas manifestações físicas não é nada mais do que a Píton de Paracelso, ou seja, o éter intangível que Reichenbach chama de Od. As pitonisas dos antigos costumavam magnetizar a si mesmas – leia Plutarco e seu relato sobre as correntes oraculares, leia Cornelius Agrippa, a Magia Adamica de Eugenius Philalethes, e outros. Você vai ver sempre melhor, e poderá se comunicar com os espíritos por este meio, o auto-magnetismo”.

No livro A chave da Teosofia, Blavatsky discorre sobre os métodos usados para a obtenção do “conhecimento sobre-humano”. Segundo ela, “os antigos teósofos, assim como os modernos, sustentam que o infinito não pode ser conhecido pelo finito, isto é, percebido pelo finito; mas que a essência divina pode ser comunicada ao Ego Espiritual em estado de êxtase.”

 A Teosofia se tornou, ainda que muito contestada, um dos mais bem sucedidos sistemas de pensamento eclético da história recente, unindo formas antigas e novas e provendo pontes entre vários mundos diferentes como sabedoria antiga e pragmatismo moderno, Oriente e Ocidente, sociedade tradicional e reformas sociais.  A Sociedade Teosófica existe em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil, conheça seu site.

As principais obras de madame Blavatsky são Ísis sem Véu – obra em quatro volumes (1877), A doutrina secreta – obra em seis volumes (1888), Glossário Teosófico (1890) e a Chave da Teosofia (1891).

 

Blavatsky e Olcott, fundadores da Sociedade Teosófica
Blavatsky e Olcott, fundadores da Sociedade Teosófica

Krishnamurti, por Henry Miller

A perseguição e sua influência no pensamento de Einstein

Blavatsky foi contestada e acusada como um embuste algumas vezes. O casal Coulomb fez um relatório com acusações contra ela que foi publicado pela Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres. Nos Estados Unidos, ela também foi denunciada como agente do governo russo.

Alguns escritos de Blavatsky também foram acusados de racistas por criticar comportamentos do povo árabe. Quando viveu na Índia, Blavastky foi perseguida em várias frentes: pelo governo inglês, pela polícia do vice-rei da Índia e por missionários protestantes e jesuítas.

Segundo o site da Sociedade Teosófica,” uma das sobrinhas de Albert Einstein revelou, alguns anos após a sua morte, que seu livro de cabeceira era A Doutrina Secreta, de Blavatsky”. Ainda segundo o mesmo site, “intelectuais do mundo inteiro estudaram a Doutrina e descobriram lá as fontes de algumas das teorias do conhecido físico”.

O livro de cabeceira de Einstein não é para iniciantes. A Doutrina Secreta foi definida assim por Mario Roso de Luna, biógrafo de Blavatsky: “esse edifício ciclópico do saber arcaico é um monumento prodigioso, mas ao mesmo tempo, desordenado e confuso. Não vamos entrar na controvérsia de que assim tenha sido feito deliberadamente, como parece deduzir-se até das frases de certos tópicos, e com o objetivo de estimular o estudante sincero, afastando outrossim, os leitores possuídos de mera frivolidade científica.”

 Fontes: Blavatksy, A chave da Teosofia (Biblioteca Planeta, 1973), Wikipedia, site da Sociedade Teosófica no Brasil.

 Huxley em sua última viagem

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