Poema da ativista trans-travesti Patrícia Borges
Ah, sociedade, se você me desse oportunidade Teria uma profissão Seria doutora, advogada, até juíza Mas quando era pra mim estar estudando Eu estava sendo minha própria professora Correndo atrás do pão de cada dia 13 anos de idade Com responsabilidade de pessoa maior de idade. Mais uma vez, essa sociedade normativa Diz quem sou, A todo momento me rotula. Diz que tenho Pau de Mulher, que muitos adoram o leite que sai dele, mas junto sai libertinagem dessa sociedade que me quer viva ou morta nesse sistema de clandestinidade, fazendo manutenção da hipocrisia do mundo clandestino. Direito do capitalismo com meu corpo, sendo puta barata sem direito e cidadania Que só tenho essa opção: ser marginalizada a cada instante. Será que o problema está em quem vive à margem ou com quem faz eu ficar nela, nessa vida, me negando oportunidade de ser alguém. Muitas morrerão, morrem por conta de ser quem se é. Não estão nem aí pro Padrão, que foi criando, deslegitimando e trancafiando nesse país que extermina sem saber que tudo foi negado. Estou vivendo tudo isso porque o machismo está enraizado na sociedade dos bons costumes, que não respeita opinião diferente. Somos todos iguais ou diferentes? Somos diferentes, mas iremos todos pro mesmo lugar Caixão não tem gaveta pra levar o tamanho da língua Cada sonho que vocês destroem. Reparação desses corpos negros que vocês tentam acabar somos fortes, vivemos pra ver vocês pagarem com juros e correção monetária. Vamos vivenciar a libertação dos nossos corpos políticos O transvestiacardo Sobreviver aos maus costumes dessa sociedade transfóbica, sociedade de bosta e racista. BenBar com Erika Hilton Pelos direitos dos refugiados e migrantes LGBTI A luta contra a transfobia
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