Zona Curva

Há vida fora do realismo capitalista

Com colaboração de Isabela Gama

O CONVERSA AO VIVO ZONACURVA, recebeu no dia 18 de novembro o professor Victor Marques, participante da organização do livro Realismo Capitalista do filósofo e crítico cultural britânico Mark Fisher. O livro, escrito em 2009, chegou no Brasil pela editora Autonomia Literária e traz à tona a discussão acerca da ascensão do neoliberalismo após o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

Em entrevista a Fernando do Valle, editor Zonacurva, e ao editor do Portal VI Shows Luis Lopes, o professor iniciou o papo em um flashback histórico sobre a contracultura e os grandes movimentos da massa operária entre os anos 60 e 80. Ele citou também a relevância de movimentos contra o status quo vigente como os pela paz influenciados pelo movimento hippie contra as guerras ocasionadas pela guerra fria como a do Vietnã.

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O crítico cultural Mark Fisher (Fonte: Jacobin brasil)

Com a queda do muro de Berlim, a opção política socialista passou a ser vista com desconfiança durante os anos 90, o que abriu brecha para uma nova forma de capitalismo: o neoliberalismo. Hoje é fácil verificar que as promessas neoliberais não foram atingidas como liberdade individual e desburocratização. 

O professor alerta que a situação ainda se agravou como jornadas mais longas de trabalho e o aumento da alienação entre o funcionário das grandes corporações e o fruto de seu trabalho. Ela também explicou que, na sociedade pós-moderna e neoliberal, o ócio criativo foi praticamente extinto e como isso afeta, de forma decisiva, a produção cultural atual.

O “Realismo Capitalista” de Mark Fisher é uma crítica frontal ao sentimento de “não há alternativa”, incensado pelos intelectuais e políticos capitalistas. Marques afirma que foi apenas após a crise de 2008 que nasceram novas narrativas que ameaçam o neoliberalismo.

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Livro Realismo Capitalista publicado no Brasil pela editora Autonomia Literária

No papo, foi discutida como a reação ao sistema acontece em ações como o “Vidas Negras Importam” e no novo movimento estudantil. Marques reforça a importância de pautas que contestam o capitalismo como a ambiental. Além disso, é de extrema relevância que os pobres se unam em luta por mais direitos e para derrotar o Realismo Capitalista.

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