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Relógio do Apocalipse indica risco nuclear recorde

Variações do Relógio do Apocalipse desde sua criação (Reprodução)

De janeiro até agora, a situação piorou muito em termos da tensão entre os países ocidentais liderados pelos Estados Unidos e a Rússia, com seu arsenal nuclear de seis mil ogivas, 500 a mais do que o dos Estados Unidos. Segundo a jornalista norte-americana Caitlin Johnstone, estamos revivendo os riscos da crise dos mísseis, há 60 anos, mas com duas agravantes.

 

Fatores agravantes

Enquanto nos anos 50 e 60 do século passado, a tensão nuclear contaminou boa parte da população mundial, hoje o medo de uma hecatombe atômica está restrito às pessoas com mais de 50 anos, porque a maioria dos mais jovens não passou pela traumática experiência de esperar o pior sem poder fazer nada. A opinião pública mundial está muito menos consciente dos riscos de um apocalipse planetário depois do fim da Guerra Fria entre o capitalismo e o comunismo.

O segundo fator agravante é o risco de decisões erradas por causa das mudanças tecnológicas nos processos de gerenciamento do disparo de armas nucleares. A automação digital dos sistemas de tomada de decisão e acionamento dos mísseis encurtou dramaticamente o tempo entre um ato e o outro. Na crise dos mísseis, todo o processo era basicamente humano, enquanto agora os algoritmos desempenham a maior parte das tarefas que antecedem o início de um apocalipse.

O cientista nuclear norte-americano Ray McGovern, autor de um artigo sombriamente intitulado “Will Humans Be the Next ‘Freedom Fries’? (1), afirma que o maior risco está nos sistemas de identificação de disparos de mísseis com ogivas atômicas. McGovern, um ex-analista de assuntos nucleares da CIA (Agência Central de Inteligência), afirma que embora os russos tenham mais e melhores armas nucleares do que os norte-americanos, o sistema deles de alerta de um ataque com mísseis é pouco confiável e desatualizado.

relógio do apocalipse
Em janeiro, cientistas já apontavam o perigo de uma guerra atômica (Reprodução)

 

bomba nuclear risco
A humanidade perto da meia noite da insanidade atômica (Reprodução)

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