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Retrocesso: efeitos de quatro anos de governo Bolsonaro no Brasil

Em quase quatro anos de (des)governo Bolsonaro, o Brasil continua a andar para trás. De novo, a fome (33,1 milhões de pessoas), a insegurança alimentar, a inflação (há nove meses acima de 10%), o aumento dos combustíveis e da energia elétrica, o desemprego, a evasão escolar, a escalada dos juros, o endividamento progressivo das famílias (65 milhões de endividados), o retorno de doenças endêmicas. E poderíamos multiplicar os exemplos. Até a Covid dá mostras de voltar. Quem anda seguro pelas ruas do Brasil? Hoje, o PIB do país é igual ao de 2013. A produção de veículos automotores equivale à de 2006. A de eletrodomésticos retrocedeu 18 anos! Desde o golpe parlamentar que derrubou a presidenta Dilma, o PIB engatinha em torno de 1,5% ao ano. Em 2013 o seu valor real per capita foi de R$ 44 mil. Segundo o Boletim Macro do Ibre/FGV, só em 2029 – daqui a sete anos – voltaremos ao patamar de 2013! Em 2014, o Brasil comemorou sua saída do Mapa da Fome. Zerou as 9,5 milhões de pessoas (5% da população) que, diariamente, esperavam em vão um prato de comida. Hoje são 33,1 milhões de brasileiros em fome crônica (15% da população), mesmo índice de 1992. É a política da marcha à ré! O governo extinguiu o Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar) e desmontou as políticas de proteção social. Nos últimos 40 anos, nosso país avançara consideravelmente na escolarização fundamental das crianças. Agora, a evasão escolar na faixa de 5 a 9 anos é igual à de 2012. O aprendizado de matemática regrediu a 2007, enquanto o de português a 2011. Entre 2019 e 2021, o número de crianças de 6 e 7 anos que não sabem ler nem escrever aumentou 66%, passou de 1,4 milhão para 2,4 milhões. No segundo trimestre de 2021, o número de crianças e jovens, entre 6 e 14 anos, fora da escola atingiu o espantoso índice de 171% (em relação ao período anterior). Bolsonaro, como demolidor, teve êxito sobretudo ao desmatar nossas florestas, em especial a Amazônia. Nesta região, a área desmatada era, em 2012, de 4.571 km². Em 2021, abrangia 13.235 km². E as motosserras continuam decepando árvores de madeiras nobres, graças ao incentivo governamental a grileiros, garimpeiros e fazendeiros que invadem áreas indígenas e de preservação ambiental. A falta de demarcação das terras indígenas e a transformação da Funai em Funerária Nacional dos Índios abrem espaço ao ecocídio. O demolidor extinguiu o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) e inviabilizou o Fundo Amazônia, de quase R$ 2 bilhões. Ao contrário dos 13 anos de governo do PT, quando o salário mínimo era anualmente corrigido acima da inflação, Bolsonaro corrige abaixo. Assim, o consumo das famílias retrocedeu a 2015 e a indústria, a 2009, de acordo com as Contas Nacionais Trimestrais do IBGE. A troca do Bolsa Família pelo Auxílio Brasil dobrou o valor com o piso de R$ 400, mas esvaziou o Cadastro Único que mapeia as famílias necessitadas. Isso significa que 700 mil famílias que ficaram fora do Cadastro se encontram, literalmente, ao deus-dará. E os recursos para adquirir alimentos da agricultura familiar, que somavam R$ 550 milhões em 2012, agora se reduzem a míseros R$ 53 milhões. Como uma nação pode se desenvolver com tais índices? Como progredir se o crédito é mais caro, a renda familiar ficou reduzida, o mercado de trabalho está precarizado e milhões de brasileiros são empurrados para a pobretarização? Cada dia o governo derruba mais um pilar da democracia brasileira. Além de fazer a apologia das armas e ignorar a gravidade da pandemia, agora em junho decidiu extinguir a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Só falta ao governo revogar a lei da gravidade, enquanto cantamos a música “Caranguejo”, de Latino, Alan & Alisson: “Caranguejo é quem anda pra trás / Se não deu valor / Então vai / Vai na paz e não volta jamais.” É o recado que as urnas devem dar em outubro próximo. Comida no prato ou no tanque de combustível? Quatro anos de Bolsonaro: desastre para os trabalhadores, alegria para os empresários No capitalismo, o governo é dos ricos Querida democracia Alerta à classe média

Bolsonaro contra o Brasil

A Human Rights Watch publicou um relatório sobre os principais acontecimentos do governo Bolsonaro em 2021, entre eles, figuram a má gestão do Brasil na pandemia e os ataques aos jornalistas e à liberdade de expressão Desde o início do governo Bolsonaro, temos enfrentado diversos problemas, e o maior deles é justamente quem deveria liderar a nação e agir contra as mazelas brasileiras. Além dos absurdos recorrentes do presidente como o apoio à ditadura militar e o constante ataque às minorias, o genocídio de milhares de brasileiros pelo governo federal, que deliberadamente trabalhou a favor do coronavírus, coloca Bolsonaro e seus asseclas como réus de crime histórico. Mais do que nunca, o país precisou e precisa de um líder que lute ao lado dos brasileiros contra a pandemia, o presidente relativizou a vida de todos, inclusive de seus apoiadores. Em março de 2020, no início dos casos de Covid-19 no Brasil, Bolsonaro participou e apoiou um ato pró-governo e contra o STF, que conduz investigações contra ele, inclusive sobre interferências  em nomeações na Polícia Federal, segundo relatório da Human Rights Watch Depois do árduo ano de 2020, o relatório da ONG aponta que quando o medo e a instabilidade financeira pairaram sobre a casa de quase todos os brasileiros, surge a esperança de uma vacinação ampla, que pudesse fazer jus ao reconhecimento internacional do Brasil no quesito imunização. Mas também foi o que não aconteceu, além do país iniciar a campanha de vacinação depois de diversas outras nações do mundo, ainda foi descoberto que o presidente não respondeu a dezenas de e-mails da Pfizer, uma das principais produtoras dos imunizantes contra a Covid 19. O epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (RS), afirma à BBC News Brasil que 95 mil vidas poderiam ter sido salvas caso Bolsonaro tivesse respondido aos e-mails da Pfizer.  O descaso e a negligência com a vida dos brasileiros se tornou mais nítida do que nunca, e então o vírus que assolava o mundo ganhou um aliado no presidente brasileiro, situação completamente absurda. Além disso, ainda informa o relatório, Bolsonaro ameaçou pilares importantes da democracia brasileira. Atacou e tentou intimidar o Supremo Tribunal Federal, chegou a pedir o impeachment de um dos ministros do STF, Alexandre de Moraes, e alegou que não acataria as ordens do judiciário. O presidente ainda desacreditou do sistema eleitoral e acusou de forma deletéria fraudes nas urnas eletrônicas das eleições de 2018, mesmo sem nenhuma evidência, e ainda sugeriu que poderia cancelar as eleições de 2022, caso não aceitassem o que ele defendia.  A Human Rights Watch alerta também que a liberdade de expressão esteve em xeque durante 2021, quando foram iniciadas 17 investigações contra críticos ao governo, utilizando inclusive a Lei de Segurança Nacional, oriunda da ditadura militar. O relatório explica que, apesar de muitos casos terem sido arquivados, essas ações sugerem que criticar o presidente pode resultar em perseguição. Jornalistas foram igualmente atacados por Bolsonaro, segundo a ONG “Repórteres Sem Fronteiras” só no primeiro semestre de 2021 a imprensa foi ofendida 87 vezes pelo presidente. Ademais, em setembro do mesmo ano, o presidente impediu redes sociais e plataformas de excluírem postagens com informações falsas e prejudiciais. Informações retiradas do relatório da Human Rights Watch. No Brasil das maravilhas Brasil não está quebrado – é a austeridade que sufoca a economia Norte e Nordeste voltam a ser esquecidos no faminto Brasil de Bolsonaro   O rabo que abana o cão  

“Vai trabalhar, vagabundo!”

I. O Malandro.  Nos compêndios de economia política, numa sociedade onde o modo de produção capitalista é hegemônico, existem duas classes, dois importantes agentes de produção antagônicos: o capital (que detém os meios de produção) e o trabalho (força laboral dos trabalhadores). Com a intensificação da industrialização nos anos 1930, uma grande massa de trabalhadores migra do campo para a cidade nas áreas urbano-industriais, onde o populismo estatal é incapaz de incorporar ao sistema produtivo toda a população urbana em idade de trabalho. É nesse contexto de aclimatação capitalista que surge o jeitinho, o quebra-galho, o pistolão, a panelinha, a malandragem como instituições, formas de burlar o universalismo contido na ideologia burguesa, em oposição à identidade nacional de cada indivíduo. No ensaio clássico “Dialética da Malandragem”, o mestre Antônio Cândido, ao analisar o romance “Memórias de um Sargento de Milícias”, desvincula a malandragem (traço de caráter da cultura brasileira) da organização econômico-social, demarcando a obra entre a correspondência dualista da malandragem literariamente figurada no romance e o comportamento malandro existente na realidade, flutuando entre as vagas da ordem (lícito) e desordem (ilícito). II. O Ócio.  Longe desse conceito romântico/econômico é que se apresenta o chamado “Malandro Oficial” ou com patente de oficialidade tão comum na atual horda militar palaciana, bem distinto da maioria da população obrigada a batalhar, a ingressar nos meios de produção e sobreviver à custa do suor do seu trabalho e exigências laborais codificadas. O atual presidente da República, apenas dá continuidade à sua idolatria ao ócio iniciada desde a tenra infância de passarinhagem e estilingue, passando pela indolência nas escolas militares e prosseguindo na preguiça aquartelada, talkey? Afinal de contas, que trabalhador conseguiria se aposentar com 33 anos de idade, com um salário respeitável de capitão após onze anos de aquartelamento “il doce far niente”? Como sabemos o gaudério transformado em presidente, conclui o curso de formação na AMAM em 1977, e em 1988 já estava transferido para reserva remunerada, fora dos quartéis, para assumir o posto de vereador do Rio de Janeiro, após abertura de processo militar, acusado de planejar a explosão de bombas em instalações militares. O espantoso é que anos mais tarde o pianíssimo Bolsonaro, costumeiro de tantas bravatices, tenha negado tudo ao então ministro do Exército, Leônidas Pires, o general a que acusara de frouxidão e de tratar os militares como se “vagabundos” fossem (sic). III. A Pavulagem.  Esticada a sua larga rede em consecutivos mandatos parlamentares, a sua malha de incursões pelos meandros do submundo do peculato e concussão das rachadinhas, compra suspeita de imóveis, uso indevido de verbas de gabinete para viagens pessoais e cartão corporativo (R$ 5,8 milhões gastos somente neste ano), além dos indícios do íntimo envolvimento com a milícia do Rio de Janeiro. Os consecutivos mandatos de 1989 a 2019 (2 como Vereador e 7 como Deputado Federal), apenas reforçam a sua notória inação laboral, a fleuma ladina, com apenas um único projeto transformado em lei, em 1996, prorrogando benefícios fiscais para o setor de informática e automação, um mísero projeto após 30 anos de desfrute e gazetagem. No brilhante trabalho acadêmico “Malandragem e Ordem Social (Um estudo da Autoridade  Malandra através do Samba e da Literatura)”, tese de doutoramento de Rosenberg Fernando de Oliveira Frazão, o espaço de atuação do malandro está sempre envolto numa atmosfera de crise. É um ser completamente avesso a qualquer regra, pessoa ou instituição capaz de tolher ou ameaçar a sua liberdade, da qual não abre mão sobre nenhuma circunstância. IV. A Farra da Mamata.  É a expertise presidencial, a sua aversão ao trabalho que se insurge a vagabundagem aliada às regalias, o pedigree caviloso onde “a lei é feita para os inimigos e o trabalho para o otário”, resume o jargão exultante da “lei da vantagem” pelo mínimo esforço. Além dos cochilos em plenário, foi o deputado que mais gastou com correio nos seus últimos três mandatos, com custo aos (nossos) cofres públicos de R$ 870 mil. Mais recentemente, sua ex-esposa Ana Cristina Siqueira Valle voltou ao noticiário político-policial após a suposta compra de uma mansão em Brasília. Muito antes, Ana Cristina já inaugurava a conhecida fruticultura legislativa, a prática de “laranjas” em comissionados em gabinetes, alcançando uma evolução patrimonial incompatível com sua renda: somente entre 1997 e 2007, tempo em que ficou casada com presidente Bolsonaro, adquiriu 14 imóveis (casas, apartamentos e terrenos), avaliados em R$ 5,3 milhões em valores corrigidos. Segundo sites de acompanhamento legislativo, desde 1989, o então presidente Bolsonaro e sua casta de filhos – Flávio, Carlos e Eduardo – nomearam 286 pessoas em seus gabinetes, dentre elas, 102 familiares ou pessoas com algum vínculo de parentesco, compondo 32 diferentes famílias, na sua imensa maioria indivíduos que sequer compareciam ao trabalham, mas que mensalmente recebiam ou partilhavam os seus salários com o clã legislativo do citrosuco da mamata. V. O Madraço.  A vadiagem de covil, indolência, a sorna do seu “espírito” militar certamente representa a marca mais evidente da militarização da administração pública, onde mais de 6 mil agentes das Forças Armadas ocupam cargos e acumulam privilégios, espalhados por toda estrutura administrativa do Estado. Em meio aos inúmeros escândalos e denuncias de tráfico de influência, negociatas e propinas na compra de vacinas no Ministério da Saúde, mais de 1.300 militares, entre eles coronéis e o ex-ministro Eduardo Pazuello, estão envolvidos diretamente na catastrófica política de combate à pandemia da Covid-19 e no esquema criminoso de corrupção, conforme apurado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado. Paradoxalmente, enquanto buscou recentemente, através da MP 1045, aumentar a jornada de trabalho e o corte do descanso dos trabalhadores em mineração, o despresidente Bolsonaro insiste na vadiagem, pois, alegando um suposto cansaço físico e mental, não trabalha. Enquanto mais de 583 mil brasileiros foram mortos pela inércia da política de combate à Covid-19, a atividade presidencial limitou-se a “despachar” no “curralzinho” do Palácio da Alvorada por 40 minutos com correligionários igualmente desocupados, a manifestar-se pelas redes de Twitter e selfies e a bater pernas país afora, participando de motociatas, montarias de jumentos, criando pautas absurdas, no seu andejo aviltante da preguiça. No último

La vai o Brasil descendo a ladeira

A verdade é como um esqueleto no armário. Mais dia, menos dia, ela aparece, ainda que seja tarde. É assim que, agora, vai se revelando o que todos sabíamos: o juiz Sérgio Moro, que conduziu o processo contra Luiz Inácio Lula da Silva manipulou, mentiu, agiu ilegalmente e tudo mais. O que era nítido naqueles dias agora ressurge com nova roupagem, visto que são os juízes da Suprema Corte que estão apontando os erros. Ainda assim, as emissoras de televisão, que foram pródigas em condenar o líder petista, comportam-se de maneira muito contida na divulgação dos fatos. O que antes era acompanhado de análises rebuscadas e áudios proibidos, agora aparece como mera notícia, sem maiores explicações. E não poderia ser diferente. A mídia comercial está sempre agarrada ao poder. O fato é que a farsa montada em Curitiba tirou do páreo o ex-presidente Lula e abriu caminho para a vitória de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. A condenação do dirigente petista colocou gasolina no fogo do fascismo que se assanhava. Muito provavelmente tivesse sido Lula o candidato, e vencido, o país não estaria vivendo esse filme de terror, no qual todos os dias morrem mais de três mil pessoas sem que cause qualquer desconforto, a não ser na família de quem morreu. Não que Lula fosse a melhor opção, mas certamente enfrentaria a pandemia de outra forma e não estaríamos vivendo esse massacre diário, com mais de 300 mil pessoas perdendo a vida por conta da incompetência e da má-fé. Chegamos ao terceiro ano do mandato de Jair sob um governo eminentemente militar – já há mais de 11 mil milicos nos cargos – e que, a todo o momento, acena com mais e mais endurecimento a tal ponto de quase anunciar um auto-golpe. Os milicos conformam quase 15% dos postos no governo. Dilma teve 2,5% e Temer 4%, só para comparar. Os últimos acontecimentos, com a saída do ministro da Defesa, mais do que uma crise nos quartéis,  mostram que o presidente segue com a rédea firme e não é sem razão que o governo acene com aumento salarial apenas para os militares entre os funcionários públicos. Analistas apontam que a hipermilitarização do governo, incluindo aí as escolas militares que seguem sendo implantadas no país, está carregando o país para um fechamento conservador, ainda que siga com aparência de democracia. Bolsonaro está seguro de que tem os militares sob seu comando, tanto que chama de “meu exército” e não hesitará em endurecer o regime. Até porque segue sem oposição concreta. A maneira autoritária como está comandando a pandemia, dizendo que não vai fechar nada, que não usa máscara, que não compra vacina e o escambau, mostra que está bem seguro no cargo e que pode ir apertando a corda. Sabe-se lá até quando.   Enquanto as peças do tabuleiro conservador vão se montando, a esquerda partidária fica no silêncio. Não se manifesta, não promove agitação das massas, e o máximo que consegue fazer é mapear candidaturas para 2022. Parece não compreender que pode nem haver eleição e que a batalha está sendo dada agora. Diante do silêncio dos partidos de esquerda, das centrais sindicais e de boa parte dos movimentos sociais, sobra o salve-se quem puder. Enquanto os quartéis se reorganizam e a presidência se fortalece, os brasileiros seguem morrendo. Há quem diga que logo chegaremos a cinco mil mortos por dia e a população segue apática como se tudo fosse designíos de deus e não uma deliberada política de extermínio. O caos na saúde foi uma ação planejada e teve como objetivo justamente fomentar o medo. Um povo com medo fica acuado e quieto. Para o governo importam muito pouco as perdas em vida, afinal, ali, ninguém é coveiro, e tem muita gente no país para manter a máquina do capital funcionando. Logo, está tudo bem. O gigante da América do Sul parece um ursinho domesticado e assustadiço. E, enquanto o regime vai endurecendo, nos partidos políticos fala-se nas eleições de 2022 com esperanças. Os últimos acontecimentos envolvendo Lula reacenderam as expectativas sobre uma candidatura do ex-presidente. Ora, nem Lula nem o Brasil são os mesmos de 2018. Essas criaturas vivem como Alice no país das maravilhas. É aterrador. Todos à rua no #forabolsonaro do dia 2