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Cláudio guerra

Documentário Pastor Cláudio escancara a violência da Ditadura

Cláudio Guerra – O documentário “Pastor Cláudio” estreia amanhã, dia 14 de março, e mostra o encontro de Cláudio Guerra, ex-delegado e agente da ditadura civil-militar, e Eduardo Passos, psicólogo que atende vítimas da violência de Estado. Cláudio Guerra é réu confesso de assassinatos de opositores ao regime de exceção que o país amargou por 21 anos. Beneficiado pela Lei de Anistia, Guerra atualmente está solto e atua como pastor evangélico. Ele relata como atuava no desaparecimento dos corpos dos militantes políticos no período da Ditadura. “Neste filme propus uma conversa entre Cláudio e Eduardo durante a qual se projetam as imagens, permitindo-nos ver a vinculação de Cláudio à violência do Estado praticada naqueles anos, além de perceber sua frieza aterradora”, explica a diretora  Beth Formaggini. “A interação dos dois personagens e as cenas e fotos no telão, que também são projetadas no corpo de Cláudio, trazem à tona memórias e reflexões sobre a banalidade do mal e seus desdobramentos. A violência dos homens e do Estado continua a nos assombrar até hoje no Brasil e no mundo”, prossegue. Em 2012, foi lançado o livro “Memórias de Uma Guerra Suja”, em que Rogério Medeiros e Marcelo Netto reuniram depoimentos de Cláudio Guerra. “Pastor Cláudio” venceu o prêmio de melhor filme no Festival de Vitória 2018 e participou do Festival Internacional de Cinema Documental no Equador (2018), Festival Kinoarte de Cinema (2018), da mostra Brasil em Movimento (França, 2018), Festival Internacional de Mulheres no Cinema – FimCine (2018), Festival do Rio (2017), entre outros. Assista ao trailer: Com informações da assessoria de imprensa Primeiro Plano. Cabo Anselmo no seu obituário Ex-delegado Cláudio Guerra revela envolvimento de coronel da ditadura militar na morte de Zuzu Angel Arquivos da ditadura e memória subversiva A morte de Vladimir Herzog e o Brasil que não queremos Romeu Tuma Jr. depõe no caso do sumiço de Edgar Duarte https://urutaurpg.com.br/siteluis/lider-estudantil-honestino-guimaraes-foi-morto-pelo-regime-militar-em-1973/ Iara Iavelberg e sua luta contra a ditadura militar Canto de liberdade para José Amaro Correia  

Ex-delegado Cláudio Guerra revela envolvimento de coronel da ditadura militar na morte de Zuzu Angel

Em depoimento prestado à Comissão Nacional da Verdade nesta quarta-feira (23 de julho), o ex-delegado do DOPS do Espírito Santo, Cláudio Guerra, afirmou que o coronel Freddie Perdigão Pereira provocou o acidente que resultou na morte da estilista Zuzu Angel, em 1976. O crime complementa o currículo de algoz a serviço do regime militar de Pereira. O coronel atuou no DOI-CODI de São Paulo e na Casa da Morte de Petrópolis e ainda coordenou o atentado no Riocentro. No ano passado, o ex-soldado do Exército Valdemar Martins de Oliveira revelou em depoimento à Comissão da Verdade do Estado de São Paulo que o coronel executou o casal João Antonio dos Santos Abi Eçab, 25 anos, e Catarina Abi Eçab, 21 anos, militantes da Ação Libertadora Nacional (ALN), em 1968. Infelizmente, o militar não responderá por seus crimes, ele morreu em 1998. Estilista conhecida, Zuzu Angel era mãe de Stuart Angel, membro do MR8, que lutou contra o regime militar, e foi preso em 14 de maio de 1971. Seu corpo nunca foi encontrado. Zuzu mobilizou a opinião pública nacional e estrangeira em busca de seu filho e foi vítima de um acidente na madrugada de 14 de abril de 1976, na Estrada da Gávea, no Rio de Janeiro. O regime militar sempre foi acusado de ter forjado o acidente. O delegado Cláudio Guerra foi indiciado, entre outros, pelo Ministério Público pelo envolvimento no atentado do Riocentro, infelizmente a Justiça Federal barrou ação contra os acusados. SAIBA MAIS SOBRE O CASO RIOCENTRO.  Segundo Guerra, ele e Perdigão eram confidentes e frequentavam a casa um do outro. “Um dia ele me disse que havia planejado simular o acidente dela e estava preocupado, pois achava que havia sido fotografado na cena do crime pela perícia”, afirmou o delegado no depoimento à Comissão Nacional da Verdade. Em seu depoimento, Guerra afirmou que incinerou os corpos de 12 militantes políticos e que assassinou e incinerou em seguida um tenente de nome Odilon, numa queima de arquivo determinada pelo SNI (Serviço Nacional de Informações). O ex-delegado contou também que executou três militantes em São Paulo, um em Recife e “dois ou três” no Rio. Claudio Guerra forneceu a foto para a Comissão que comprova a presença do coronel Perdigão na perícia, ele está indicado pela seta: “Se cumprisse pena por tudo o que fiz nunca iria sair da cadeia”, afirmou Cláudio Guerra. Guerra foi condenado e cumpriu pena por três tentativas de homicídio, resultantes de um atentado à bomba do qual participou nos anos 80 no Espírito Santo. Na cadeia, tornou-se pastor da Assembleia de Deus e afirma querer fazer sua parte “para que uma página triste de nossa história seja passada a limpo”. Em 2012, Guerra relatou sua história como agente da repressão a Rogério Medeiros e Marcelo Netto no livro Memórias de uma Guerra Suja. – Fonte usada: Comissão Nacional da Verdade. Documentário Pastor Cláudio escancara a violência da Ditadura Relatório da Comissão da Verdade pode revelar localização do corpo de Stuart Angel