Zona Curva

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Golpe como cortina de fumaça

  Colaborou Isabela Gama   No dia 23 de maio, aconteceu mais uma Live Política de Segunda nos canais do Youtube, Twitter e Facebook do Zonacurva. A live contou com a presença do editor ZonaCurva, Fernando do Valle, Luis Lopes do Vishows e o advogado e membro do Partido Verde Kiko Campos. O encontro coincidiu com a data com a desistência da candidatura à presidência de João Dória, o que acabou desviando do assunto original da live que era como Bolsonaro usa o golpismo como política de tensionamento político.  Então sigamos no que foi discutido na live: a senadora Simone Tebet deve liderar a chapa composta por PSDB, MBD e Cidadania. Para Kiko Campos, Tebet, que foi a primeira mulher vice-governadora do Mato Grosso do Sul, é a vice perfeita para a chapa que compõe a terceira via. Apesar disso, Simone Tebet já teria afirmado que não aceitaria ser vice-presidente, pois isso diminuiria o papel da mulher na política,  Historicamente, desde a redemocratização na eleição de 1989, o PSDB sempre lançou candidaturas à presidência da República, e, na maior parte das vezes, com chances de vencer. Não cumprir com a “tradição” coloca o partido em uma situação ainda mais complicada, resultando em talvez uma perda de prestígio, explica Kiko.  Outro assunto importante da live, que teve uma grande repercussão na semana anterior à live foi o debate entre o humorista Gregório Duvivier e o pré-candidato Ciro Gomes. Após um episódio do programa de Gregório para o HBO, o “Greg News”, onde o tema era a trajetória do ex-governador, Ciro Gomes se sentiu ofendido em diversos pontos e convidou o humorista para um debate em seu canal. A live atingiu mais de 60 mil espectadores online, mas o resultado não foi vantajoso para Ciro Gomes, considerando que a maior parte da transmissão foi protagonizada por alfinetadas e provocações dos dois lados. Para Luis Lopes, Ciro está trabalhando para atrapalhar a candidatura de Lula, em vez de combater o bolsonarismo, visto que é mais interessante para o ex-ministro de Itamar Franco que Bolsonaro permaneça competitivo e enfrente Ciro Gomes em um cada vez mais improvável segundo turno contra ele.   Resumo da ópera golpista no Brasil https://urutaurpg.com.br/siteluis/a-grande-midia-ira-apoiar-bolsonaro-nas-eleicoes-de-2022/ A terceira via morreu?  

A terceira via morreu?

Colaborou Isabela Gama Na Live Política de segunda do ZonaCurva do dia 16 de maio, recebemos novamente o  advogado, publicitário e membro da executiva estadual do Partido Verde de São Paulo, Kiko Campos para conversar sobre a terceira via (apelidada dessa forma a candidatura de centro-direita incensada pela mídia) .O bate-papo contou com a presença do editor Zonacurva Fernando do Valle, Luis Lopes do Canal Vishows e também do advogado Roberto Lamari. Um assunto que se destacou durante a live foi a carta escrita por João Dória destinada ao presidente do PSDB Bruno Araújo. A carta tratava do acordo firmado entre os tucanos, MDB, Cidadania e o União Brasil com a intenção de lançar uma chapa única, que tivesse capacidade de se colocar como uma alternativa tanto a Lula como a Bolsonaro.  Lamari, que já realizou trabalhos para o PSDB e conhece bem a estrutura partidária dos tucanos, explicou que, nas diretrizes do Partido Social Democrata Brasileiro, a candidatura de Dória é quase obrigatória, visto que ele foi escolhido através das prévias do partido e houve um gasto de verba dos filiados para a realização do pleito, e é justamente isso que o ex-governador reivindica, e afirma que tomará as medidas necessárias caso não seja o escolhido. Kiko ressalta que os resultados ínfimos de Dória nas pesquisas são o reflexo da política de “moer” reputações realizada por Bolsonaro e seus apoiadores. O trabalho a favor da vacina e da ciência, indo na contramão do governo federal durante a pandemia e se colocando quase como inimigo de Bolsonaro, não foram suficientes para colocar Dória como candidato viável no páreo presidencial. No último dia 23 de maio, João Dória retirou a sua candidatura à presidência. E, em seu discurso, deixou claro que a decisão foi tomada pelo PSDB e que ia em sentido contrário a sua vontade pessoal. Kiko afirma que a terceira via não vai emplacar, e que está patinando ainda, tentando se estabelecer para um perfil do eleitorado. Segundo ele, Ciro Gomes é um nome antigo no cenário eleitoral que vem tentando se apresentar como uma opção viável. Mas também não obteve resultados promissores nas pesquisas.  Luís afirma que os desgastes das pré-candidaturas são prejudiciais à democracia, visto que empobrecem o debate eleitoral, impossibilitando a discussão de propostas de políticas públicas. Prato do dia: Lula com Chuchu Golpe como cortina de fumaça  

Ditadura Nunca Mais com Urariano Mota

  Colaborou Isabela Gama O CONVERSA AO VIVO ZONACURVA recebeu no último dia 5 de maio o escritor e jornalista Urariano Mota, colaborador há mais de 7 anos do ZonaCurva, e autor, entre outros, do livro “Soledad no Recife”, que conta a trajetória da paraguaia Soledad Barrett, militante nos anos da ditadura militar brasileira.  A conversa contou com a participação do editor Zonacurva Fernando do Valle e tratou, em boa parte do tempo, sobre a tragédia política, econômica e social que a ditadura militar representou para os destinos do país e sua relação com o momento político atual. Urariano relembrou os anos de chumbo, época em que fazia parte da resistência ao governo militar. O escritor relatou os crimes de Cabo Anselmo, agente infiltrado do governo no grupo de resistência Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Anselmo condenou à morte seis opositores à ditadura, incluindo sua companheira Soledad Barrett Viedma, grávida de quatro meses, quando decidiu entregá-los a Sérgio Fleury, conhecido torturador da ditadura, em 1973.  Urariano é autor de diversos textos sobre a luta contra a ditadura militar aqui no ZonaCurva.  Segundo ele, Anselmo sempre mentia sobre os fatos nas entrevistas que deu após a ditadura, e, na sua visão, o agente nunca tinha sido devidamente entrevistado corretamente, visto que os jornalistas dos veículos que conversavam com o cabo não se preparavam adequadamente para entrevista e eram enredados por suas mentiras. Porém, na opinião do escritor, a nova série da HBO+ Em busca de Anselmo traz uma nova perspectiva, onde se questiona a narrativa construída por Anselmo há décadas, trazendo mais veracidade, e contando corretamente as histórias da época. O processo de escrita de seu livro “Soledad no Recife” também foi explicitado por Urariano, que comentou sobre a importância de ser verdadeiro com os seus leitores, e com a história de seus personagens.  Em seu livro, a história de Soledad é narrada em primeira pessoa, e Urariano confessou sua paixão platônica pela militante, visto que o escritor e Soledad não chegaram a se conhecer. Urariano considera a lei de anistia uma insânia ao perdoar torturados e torturadores. “Perdoar pessoas como Fleury e Ustra é equiparar seus crimes com os atos de resistência e luta pela liberdade dos militantes da época”, declarou. História na veia com professor Vitor Soares Cabo Anselmo na série “Em busca de Anselmo” Cabo Anselmo no seu obituário

Mídia livre e a crise política brasileira

  Colaborou Isabela Gama O CONVERSA AO VIVO ZONACURVA recebeu no dia 16 de março a jornalista e coordenadora do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé Ana Flávia Marques para discutir com o editor ZonaCurva Fernando do Valle sobre mídia independente e a crise midiática brasileira.  Para Ana Flávia, é necessário que haja uma união dos veículos independentes, principalmente nas eleições deste ano. Segundo ela, os veículos de mídia livre precisam ajudar a desmentir as fake news, e a propagação de informações mentirosas pelos políticos, explicitando assim as reais intenções dos candidatos. A jornalista se mostrou confiante em relação aos resultados das eleições, mas ressalta que não será fácil vencer as mentiras e a máquina de ódio instalada nas redes pelo atual governo. Segundo Ana Flávia, historicamente, o desafio de um veículo de imprensa independente era a falta de grana, que impossibilitava sua divulgação. Agora, com o avanço das redes sociais, a distribuição de material jornalístico tornou- se mais acessível para a mídia livre, porém, é necessário não ceder aos algoritmos das big techs para que o conteúdo obtenha maior alcance e um bom número de leitores, em detrimento da qualidade. O editor ZonaCurva, Fernando do Valle, ressaltou que a busca desenfreada em obter bons resultados de audiência nas redes sociais não deve sobrepujar o interesse público na produção de material jornalístico.  A lógica dos algoritmos das plataformas digitais gira em torno do engajamento da sua publicação, sendo assim indiferente se os comentários são positivos ou não.  A problemática deste modo de viralização é que o discurso de ódio e as fake news se apropriam disso para se propagarem, visto que funcionam como clickbait  (“isca de cliques/”caça-cliques”) para as redes sociais.  Um exemplo foi o tweet do ex-ministro do meio ambiente Ricardo Salles, que publicou uma suposta matéria da CNN que apontava Jair Bolsonaro como o agente que impediu o conflito entre Rússia e Ucrânia. Apesar da publicação ser desmentida logo em seguida, a repercussão e o engajamento de Salles beneficiaram o campo político bolsonarista, mesmo sendo um conteúdo falso. Sem mídia democrática não há democracia Da mídia de consenso à de conflito