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Índios sob ameaça

Nos fundões do Brasil, os jagunços armados invadem aldeias, matam índios e intimidam famílias. São “trabalhadores” da morte, a soldo dos fazendeiros ou mineradores ricos que provavelmente nunca sequer pisarão nas terras que querem tomar. Os jagunços estão ousados, sabem que a polícia, que deveria proteger as pessoas, também tem a mesma intenção que eles: servir aos poderosos. E que dentro da corporação vão encontrar pessoas que, como eles, consideram aqueles índios uma gente suja e inútil, praticamente não-humanos. Provavelmente também devem ter ouvido o presidente da nação dizer algo assim. Então, estão seguros, protegidos. E sorriem quando matam um jovem guerreiro. Poderiam até pendurar a sua cabeça, como um troféu. Não o fazem porque ainda não podem. Nas cidades, uma gente amargurada vê na televisão sobre as mortes. Poucos sofrem ou se indignam. Pensam igual aos jagunços e aos policiais. Os índios não são humanos. São índios, alguma coisa entre o bicho e o nojo. Melhor que morram, imaginam. Assim, deixam de incomodar quem quer produzir. Essa é, afinal, a mensagem que recebem dia e noite por todos os canais de comunicação. Assim aprenderam na escola, onde o índio sempre foi só um tema do passado, dos tempos de Cabral. Hoje não há que ter índios, pensam, deviam se incorporar aos “brasileiros”, os tempos são outros. Para que querem tanta terra? É o que se perguntam, repetindo pergunta alheia, sem entender muito bem os fatos e sem ter informação alguma sobre o território originário, hoje apenas 12% do torrão nacional. E assim vai seguindo o bonde do terror sobre os povos indígenas, tanto nos grotões como nos salões. Só em 2019 foram sete indígenas assassinados. Todos em conflitos por terra. Há quem diga: Mas, só sete? Sim. Sete. Sete universos contidos num corpo. Seres com sonhos, com esperanças, com família. Isso sem falar nas sequelas de outras tantas violências como perseguições, ameaças, surras, violações, torturas. Também não contabilizamos aqui os suicídios de indígenas que acabam não suportando mais existir de um jeito que não é o que lhes cabe viver. Nos últimos 10 anos, 500 tiraram a própria vida, a maioria gente muito jovem, meninos e meninas sem saída no mundo do capital. 500 almas, 500 universos contidos num corpo. Mas, entre tantas desgraças acumuladas sobre os trabalhadores, quem realmente se importa? Cada um trata de lamber suas próprias feridas. E o índio segue sendo alguma coisa distante, um bicho sem alma. O verniz da “democracia racial” está totalmente descascado e os monstros se mostram às claras sem medo de punição ou vexação pública. Sentem que estão entre iguais. A face perversa do colonizador/explorador assoma no Brasil atual sem pejo. O que antes se escondia, agora se desvela. Uma olhada mais profunda sobre a questão indígena no Brasil e já se pode perceber que muito pouca coisa mudou desde a nefasta chegada dos portugueses ao porto seguro da Bahia. Os povos originários com suas vidas comunitárias, sua cultura panteísta, seu respeito à natureza não serviam para a lógica de exploração que vinha se implantar, e não servem hoje para o capital. Eles são seres inúteis para a produção capitalista porque não produzem mercadorias, nem querem produzir. Em vez de ficar 15 horas dentro de uma fábrica produzindo riqueza para um patrão, eles preferem ficar tomando banho de rio. Isso é um insulto à lógica do capital. E passa a ser um insulto também para boa parte da massa trabalhadora que olha para eles com ódio, rancor e inveja. O capital acirra a guerra intra/classe, afinal, tanto os trabalhadores quanto os índios são vítimas do sistema de exploração que rege a vida do planeta. Melhor que se odeiem, assim não se unem para acabar com a farra dos ricos. E assim segue o baile. Mas haverá de chegar o dia no qual os trabalhadores empobrecidos perceberão que estão no mesmo andar que os indígenas no navio da vida, e que querem a mesma coisa: vida boa, bonita, farta, com trabalho coletivo e banho de rio. E quando esse dia chegar não haverá mais jagunço e os poderosos serão varridos. Sei que posso pouco, mas no que posso estou com meus irmãos originários. Somos um. Espero que os demais que me leem, possam também compreender. https://urutaurpg.com.br/siteluis/o-equador-e-o-sentido-de-comunidade/  

A luta contra o genocídio indígena

“E vocês, da sociedade dos brancos, também podem ajudar  nessa luta. Primeiro, procurando se informar mais sobre a realidade de cada povo. Compreender o povo indígena. Os brancos precisam buscar, lá no fundo do coração deles, a verdade que existe e que tentam esconder”. Aurivan dos Santos Barros, líder Truká O assassinato do cacique Emyra Wajãpi, da etnia Wajãpi, desta vez no Amapá e por milícias de garimpeiros, é a sequência brutal da tentativa sistemática de destruição do mundo indígena para o roubo de suas terras ancestrais. A questão central sempre foi e continua sendo a terra. Essa é uma história que tem seu início em 1492, quando aqui chegaram os espanhóis dando início à invasão, a qual vem provocado profundas transformações ao longo de mais de cinco séculos. Nessa linha do tempo houve momentos mais duros, outros nem tanto, mas, no geral, a proposta tem sido a da submissão dos povos originários ao conceito de identidade nacional. Aplastam-se as diferenças, a cosmovivência, o modo de vida, na invenção de um sujeito nacional, integrado, que, sabemos, nunca se constituiu de verdade. Mesmo nos tempos em que as etnias quase desapareceram (anos 1960), a chamada integração foi uma farsa. O índio integrado ao mundo capitalista (de maioria branca) sempre carregou a marca de sua identidade, vivendo sujeitado ao preconceito e a discriminação. Não há saída: se está na aldeia é um incivilizado e se vem para a “civilização” é um índio sujo. É uma via sem saída. Justamente por isso que desde os anos 1980 os povos originários estão em luta pelo território original, fortalecendo suas culturas e sua maneira de viver, apontando outros caminhos para a convivência, já que é impossível desfazer o que já foi feito nesses cinco séculos. E, nesse caminho, assomam as ideias de autonomia e de plurinacionalidade. Mas, a se considerar o sistema de produção no qual estamos todos mergulhados (índios e não-índios), que é o capitalismo, obviamente não há lugar para essa discussão. Ao 1% que domina pouco importam as lutas dos povos para seguir vivendo dentro de sua cultura. Há um fato inconteste: essa gente ocupa largas extensões de terra que estão na mira da exploração mineira, petroleira ou do plantio de grãos e pastoreio do gado. Para o capital, os povos indígenas são um atrapalho, uma pedra no sapato e, se tiver de arrancá-la a força, ele o fará. Agora, em 2019, quando o Brasil retoma com força sua cara dependente, aprofundando sua condição de mero exportador de matéria prima, o ataque aos povos indígenas tende a se aprofundar. E, com o governo federal nas mãos do latifúndio, a situação fica ainda pior. Jair Bolsonaro disse em bom som num encontro com os representantes do agronegócio: “esse governo é de vocês”. Não é sem razão que desde o primeiro mês de governo os indígenas estejam alçados em luta. Foi o primeiro movimento social a se levantar e nesses sete meses já protagonizou vários momentos de efetivo ataque, com alguns ganhos pontuais. Mas, apesar desses ganhos, a questão central segue sendo intocável: a terra. As comunidades podem ganhar uma ambulância, uma escola, um posto de saúde, mas enquanto isso jagunços armados estarão fazendo o trabalho principal que é o de expulsar as comunidades da terra. Abrindo espaço para o capital. Jair Bolsonaro acabou de indicar o filho para embaixador nos Estados Unidos justamente porque quer abrir caminho para as empresas que quiserem minerar no Brasil. Tudo está dito, claramente, sem véus. É por isso que os ataques às comunidades vão continuar e com mais força. Nos cantões mais distantes, onde as milícias e jagunços puderem atuar com mais liberdade, a violência vai ser desatada, corporal. E onde os indígenas estiverem mais protegidos e organizados atuará o terrorismo de estado, via ministérios ou via judiciário. Todos os espaços onde houver possibilidade de exploração de minério ou da agricultura serão tomados. Os povos indígenas farão o que sempre fizeram. Resistirão na luta, ainda que as forças sejam tremendamente desiguais. E é aí que devem entrar os demais trabalhadores não- índios. Há que se aliar aos indígenas na luta contra o capital. Sim, porque essa batalha é contra o sistema capitalista de produção, o que envolve também os trabalhadores sistematicamente explorados. No campo, o capital mata índios e sem-terra, visando tomar o território. E na cidade, vai retirando direitos, aumentando o tempo de trabalho, destruindo as conquistas sociais. É uma guerra de classe na qual estão todos envolvidos. Infelizmente, pouco se vê da solidariedade concreta nas entidades dos trabalhadores. Não há ação das Centrais sindicais, dos sindicatos, dos movimentos ligados a outras lutas específicas, não há nada. O que há é a indignação individual expressa nas redes sociais cujo resultado é zero. Desgraçadamente os indígenas terão de retomar a velha estratégia de buscar apoio fora do país, nas entidades internacionais, o que só nos empobrece ainda mais como povo, incapaz de realizar a aliança necessária para proteger os verdadeiros donos desse território. É fato que há comunidades indígenas integradas ao sistema e que apoiam as intenções do governo, acreditando que poderão se beneficiar com a cara do Brasil/Fazendinha. A ministra da agricultura e o ministro do meio ambiente já propagandearam sobre a terra indígena Utiariti, que fica no noroeste do Mato Grosso, uma das regiões mais cobiçadas do país por sua fertilidade. Nessa aldeia da etnia Pareci, os indígenas arrendam 18 mil hectares de terra a produtores não-índios que plantam soja transgênica e pagam uma porcentagem da safra para a aldeia. Justamente o modelo que o governo Bolsonaro quer implantar. Ainda que seja uma raridade na realidade indígena nacional, a publicidade que se faz dessa terra, à exaustão,  embota o pensamento do senso-comum que adere ao projeto, acreditando que índio não trabalha. Assim, o governo amplia o preconceito e os fazendeiros se apoderam das terras, pagando migalhas. A mesma proposta – de arrendamento de terra – o governo está apresentando para projetos de mineração. As mineradoras explorarão o terreno mediante um aluguel e os indígenas ainda poderão servir

Ministério da Agricultura regulará demarcação de terras indígenas

Uma das primeiras medidas provisórias do novo governo (MP 870) foi passar a competência de regularização das terras Indígenas e Quilombolas para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento. A ministra da pasta é Tereza Cristina,  engenheira agrônoma que era deputada federal pelo DEM/MS e líder da Bancada Ruralista no Congresso. Também foi defensora da lei que flexibiliza o uso de agrotóxicos, o que significa mais venenos na mesa dos brasileiros. Em tese, essa MP significa um duro golpe para as comunidades tradicionais, pois desde há tempos que o agronegócio quer se apropriar das terras que estão nas mãos dos povos originários e dos remanescentes dos quilombos. São terras ricas em fertilidade, em fármacos e em minerais. Agora, na mão de uma representante dos fazendeiros e agroexportadores é certo que o ataque será brutal. Para os indígenas e quilombolas nada mais resta do que seguir a velha luta, travada desde os tempos da conquista. Afinal, em nenhum governo, as coisas foram muito diferentes. Nos anos de governo do PT, por exemplo, houve pouca demarcação e muita omissão nos casos dos assassinatos sistemáticos. E, ainda que não houvesse ataques às terras já demarcadas, faltou ousadia ao antigo governo para uma ação mais afirmativa junto aos indígenas. Durante vários anos, a bancada ruralista tentou tirar a decisão sobre demarcação da mão do presidente da República, buscando passar para o Congresso, onde tinha maioria, mas não obteve sucesso. Agora, com a MP que dá ao Ministério da Agricultura esse poder, a velha proposta dos ruralistas fica mais viável, já que quem comanda o ministério é uma representante desses interesses. Os povos originários brasileiros, em torno de 305 etnias, falando 274 línguas, com uma população de quase um milhão de pessoas, ocupam apenas 12% do território. Mesmo assim não conseguem viver suas vidas em paz. Os ruralistas querem rever várias demarcações e estão dispostos a “incluir” os povos que ainda têm suas próprias terras no sistema de produção capitalista transformando-os em “trabalhadores livres”, o que na prática significa a extinção das comunidades e a transformação dos indígenas em indigentes nas cidades. Na linguagem ideológica eles usam a expressão “progresso da nação”, mas na verdade a apropriação das terras indígenas servirá apenas para engordar poucas contas bancárias. A luta seguirá sendo dura. Mas, como diz Ailton Krenak, os povos estão aí, resistindo, há mais de 500 anos. E não vão esmorecer. Povo Anacé luta pela proteção da água no Ceará

Indígenas no Brasil

Um mundo em pedaços, mas que caminha! por Elaine Tavares  Darcy Ribeiro já mostrou, através de seus inúmeros livros, que é a fazenda que dá início à sociedade brasileira. E a fazenda é coisa que se fez e se consolidou única e exclusivamente por conta da escravidão. Primeiro com a escravidão dos indígenas e, depois, a dos negros. Os brancos, invasores, não queriam saber de trabalho. Matavam os índios, ocupavam as terras, cultivavam com as técnicas mais rudimentares, esgotavam o solo e partiam para outra fazenda. A imensidão do “mundo novo” parecia não ter fim. A lógica da fazenda criada nas américas era o nascedouro do sistema capitalista, pois tinha uma organização empresarial que integrava a mão-de-obra numa única unidade operativa destinada a produção para o grande mercado, sob o comando de um patrão, que visava lucros. “O novo mundo não era uma nação, era uma feitoria”.  Conhecer esse processo de destruição das culturas que viviam nas terras invadidas em 1500 deveria ser fundamental para entender o presente. Mas, essa é uma história bem escondida, porque trazê-la à luz significa encontrar milhões de cadáveres sob o tapete e se deparar  no espelho com uma imagem feia demais. Melhor acreditar que foi um “encontro de culturas” e que venceu a “civilização”. Domesticados, evangelizados, os povos pagãos que aqui viviam poderiam encontrar a salvação no céu. Assim pensava o padre José de Anchieta, que se “emocionava” em saber que as crianças indígenas que eram mortas em profusão, iriam para o céu, porque tinham sido batizadas.  Passaram-se 500 anos e a empresa fazendeira criada pelos que invadiram essas terras ainda continua. O tempo passou, as lutas foram travadas, mas a vitória segue na mão daquele 1% que historicamente se apossou de tudo. Hoje, como antes, não temos um país, mas uma empresa. E, numa empresa só vale o que dá lucro. O que é “inútil” ao capital precisa ser eliminado.  Por isso não é novidade alguma a dança das cadeiras que o novo governo vem fazendo com a Funai, entidade que deveria cuidar dos interesses dos povos indígenas que, a duras penas, vêm mantendo suas existência na grande fazenda Brasil. Num momento diz que vai acabar com a Funai, noutro que ela vai para esse ou aquele ministério. E os povos indígenas ficam com os olhos arregalados vendo os “fazendeiros” traçarem planos.  Na verdade, pouco importa se a Funai fica ou vai nesse redemoinho de pastas e espaços que servem muito mais de acomodação para os “amigos do rei”. O que tem de ser visto aí nesse cirandeio é a relação que o novo governo terá com os indígenas. O presidente eleito já disse claramente, ele que parece ser um conhecedor profundo da alma autóctone: “os índios querem ser como nós”. Ao pronunciar essa frase lapidar aponta o caminho da já conhecida fórmula da integração. O índio precisa virar branco, porque ele precisa se transformar num trabalhador. Ou seja, ele tem de vender sua força de trabalho, gerar mais-valia para algum patrão e consumir tudo que ganhar para enriquecer outro patrão. Simples assim.  Com essa política de “inclusão” do índio na vida “branca” tudo estará resolvido. As terras reivindicadas serão tomadas pelo estado e poderão ser doadas ou vendidas a preços módicos aos velhos amigos. A fazenda Brasil ficará ainda maior. Francisco Fernández-Bullón, num texto brilhante sobre o papel das corporações na América Latina, mostra como o Brasil vem se transformando cada dia mais no que ele chama de uma “ditadura da soja”, na qual quem dá a linha sobre a vida são as grandes empresas transnacionais que dominam a tríade: sementes transgênicas X agrotóxicos X remédios. Esses fazendeiros modernos querem alargar as fronteiras da soja no Brasil e para isso precisam avançar sobre todas as terras. E esses 12% que hoje estão nas mãos indígenas são quase como as joias da coroa: férteis, ricas em minerais e com plantas passíveis de se transformarem em produtos farmacêuticos.  Assim que a proposta de Bolsonaro que visa transformar o índio em “um de nós” não tem nada de humanista nem de generosidade. O que está em curso é justamente mais uma etapa da acumulação primitiva do capital e significa o sacrifício de mais vítimas ao deus dinheiro.  O “um de nós” que ele quer transformar é fazer do indígena um trabalhador espoliado e explorado. Um a mais na moenda, para ser sangrado até a última gota. Mas, como diz Ailton Krenak, os indígenas têm resistido por mais de 500 anos e não vai ser agora que eles vão sucumbir a uma mentira tão sem fundamento. Assim, com Funai ou sem Funai, as comunidades organizadas em entidades autônomas, livres da tutelagem de igrejas ou ongs, vão encontrar caminhos de luta.  Nas páginas dos jornais, os  “paladinos da Justiça” e os “bons cristãos” seguem gerando cortinas de fumaça falando em acabar de vez com a corrupção no Brasil. O que eles não dizem é que a corrupção é constituinte do capital e que nessa cruzada moralista – que logo mostrará sua ineficácia  – as vítimas serão as mesmas de sempre. Ou seja, nós, trabalhadores, quilombolas, indígenas, ribeirinhos. Tal como em 1492 os invasores chegaram com a cruz querendo levar os pagãos ao céu, os novos cristãos empunham seus símbolos para matar, ofender, triturar e explorar em nome da fé no capital. E assim como Anchieta se deleitava em ver os indiozinhos morrerem cristãos, esses novos fazendeiros (que na verdade são vassalos) querem se deleitar em ver os índios de hoje entrarem para a “civilização” que os engolirá. O que eles não sabem é que aqueles indiozinhos mortos à facão pelos invasores foram semente, como todos os outros que tombaram, seguem brotando. Os povos originários seguirão em luta porque esse é um campo que conhecem bem demais. A mentira da integração é forte, sabemos, mas toda mentira tem perna curta. E os povos sabem onde lhes aperta o calo. Avante, parentes. Mesmo sem pernas, como diz Residente, a gente vai caminhar.