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CAVIC lança novo ep autoral sobre experiência de transição para a fase adulta

O cantor paulista Cavic lança nesta sexta (dia 14) novo EP 18 em que reflete sobre sua transição pra vida adulta. O novo EP faz parte das cinco novas músicas que compõem “18” (a nova música leva o mesmo nome do disco), que fala sobre os processos dessa transição e trazem um tom mais maduro e confiante à sua carreira. Aos 18 anos, Cavic já tem sete músicas lançadas, além de diversas composições, mas agora se dedica a falar principalmente sobre as transformações de um jovem da geração Z para a maioridade: “São temas sobre essa fase em que a vida está girando as engrenagens para te colocar em algum lugar, para ver a realidade com a qual você precisa lidar”, afirma. O processo de criação do novo EP foi intenso e repleto de mudanças e começou ainda em abril de 2020. Seu trabalho foi feito a partir de um olhar mais crítico e perfeccionista, o que levou Cavic a ter quatro versões da música “Sobre lugares lindos” até chegar à quinta e ficar satisfeito. Além disso, a canção que dá nome ao EP tem um caráter especial: “Ironicamente, 18 foi a última música que eu fiz, e foi bom para mim. Quando eu terminei de compor, senti que tinha finalizado e encaixado a peça que faltava”, conta o cantor. Você poderá curtir  o lançamento do EP “18” pelo Spotify, Youtube ou na plataforma digital que preferir. Além disso, músicas como “Meu Bem”, que já conta com mais de 10 mil plays, também estão disponíveis e compõem o repertório do cantor. Jovem cantora Maluk Yeey produz músicas autorais baseadas em experiências pessoais

Conversa ao vivo com o jovem cantor Shibas

Com colaboração de Isabela Gama O CONVERSA AO VIVO ZONACURVA recebeu o cantor e compositor pernambucano Bruno Shibas no dia 21 de novembro. O papo marcou o primeiro aniversário do programa no Youtube e contou com a presença do editor Zonacurva Fernando do Valle e do editor do Portal Vishows, Luis Lopes. Em conversa descontraída, Shibas contou sobre a sua relação com a música, suas inspirações e apresentou um pocket show.  Além de músico, o pernambucano Shibas mudou-se para Salvador para estudar no curso de tecnologia da UFBA (Universidade Federal da Bahia). Ele expressou sua angústia em relação aos cortes feitos na universidade.  O desmonte do ensino superior realizado pelo governo federal fez com que Shibas e outros alunos, mesmo que aprovados, não conseguissem iniciar suas aulas. Outros não conseguiram nem se matricular nas matérias necessárias.  O cantor conta que durante a pandemia começou a compor, antes disso, ele sentia que tocava apenas como diversão, sem refletir sobre isso. Mas durante o distanciamento social, teve a oportunidade de experimentar e encontrou a escrita como forma de catarse naquele difícil momento. Shibas admite que o atual governo o inspira a compor, o que o ajuda a colocar para fora suas aflições. Shibas apresentou duas músicas autorais durante o Conversa ao vivo: “Mostre a que veio”, que fala sobre o valor da vida e das coisas boas que há nela, e “Mergulho no lago verdade” que aborda questões sobre autoconhecimento. O cantor também apresentou canções de outros artistas que é fã como Chico Science e Sergio Sampaio, o último ele conheceu através das músicas de Raul Seixas. Iniciado no mundo musical pela família, foi o avô, que também canta em bares em Boa Viagem em Recife, quem apelidou o cantor de Shibas pela primeira vez, já seu pai compôs músicas que foram gravadas na voz do filho em seu novo álbum que será lançado em janeiro de 2022. Jovem cantora Maluk Yeey produz músicas autorais baseadas em experiências pessoais 10 músicas contra a ditadura militar    

Onde está a Bossa Nova?

Após a Proclamação da República, lá no século 19, a Semana de Arte Moderna de 1922 foi o único movimento cultural propriamente tupiniquim. Até os anos 50, o Brasil não respirava vanguarda, pelo menos musical. Bastou uma pequena participação de João Gilberto no disco Canção do Amor Demais de Elizeth Cardoso para as classes cariocas se perguntarem de onde vinha aquela batida diferente. Em 1958, um jovem baiano chamado João Gilberto lançou um compacto simples contendo duas músicas: Chega de Saudade (Tom Jobim/Vinicius de Moraes) e Bim Bom, do próprio João, que foi o marco oficial do movimento cultural chamado Bossa Nova. O lírico jazz de Stan Getz e a música brasileira No decorrer dos anos, a Bossa Nova passou de música elitista para popular brasileira. Com pérolas como “Garota de Ipanema”, “Samba de uma Nota Só”, “Corcovado”, entre outras, rompeu barreias e explodiu em 1959 com o LP Chega de Saudade do Papa da Bossa, João Gilberto. Por conter forte influência norte-americana, o movimento consistiu em uma cisão ideológica na década de 1960. Um grupo formado por Marcos Valle, Dori Caymmi, Edu Lobo e Francis Hime propôs que o gênero praieiro tivesse uma aproximação com o morro. Com isso, entraram no time nomes de peso como Zé Ketti, Cartola e, até o baião de João do Valle. Carlos Lyra, um grande nome da bossa, aderiu ao movimento ao compor a música Influência do Jazz. Assim como, em 1966, foi lançado o LP Os Afro-sambas de Vinicius de Moraes e Baden Powell. A segunda geração (1962-1966) foi marcada pela releitura do gênero carioca por nomes como Wilson Simonal, Nelson Motta, Paulo Sérgio Valle e outros tantos que contribuíram para o fortalecimento da Bossa Nova. Na verdade, em resposta ao título, não sei onde possa estar a Bossa mas posso lhes afirmar que ela não morreu ou sumiu, só está dando um tempo. Leny Andrade, Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli, Wanda Sá, Miúcha, Toquinho, Nara Leão ainda tocam nossos corações e ouvidos com suas interpretações. Na Terra do Sol Poente, nos elevadores do país do Tio Sam ou até nos bunkers alemães, ainda soam as velhas notas de um velho violão de uma velha nação. Que o Beco das Garrafas nunca desapareça e que as pedras do Arpoador sejam sempre a da grande Bossa Nova.   Matheus Guimarães é estudante e apaixonado pela música brasileira