Zona Curva

Título a ser revogado

Santos, portas abertas ao mar é a “Terra da Liberdade” e o “Berço da Caridade”, como bem assinala o seu brasão, solo natal do patriarca José Bonifácio e Quintino de Lacerda, centro de movimentos abolicionistas, libertários e sindicais.
No entanto, sendo um importante centro de convergência dos esforços das referências históricas do passado, é indigna e vergonhosa aos santistas a concessão do título de Cidadão Santista, em dezembro de 2020, ao atual ministro da Educação, Milton Ribeiro.
As suas últimas declarações de cunho eugenista e segregacionista, afirmando que “alunos com deficiência atrapalham”, que existem crianças com “grau de deficiência que é impossível a convivência” e que há “dificuldade de algumas crianças com deficiências em classes comuns”, reforçam o método de uma política de Estado de exclusão ultraconservadora, racialista e fundamentalista militar-religiosa, além de aviltar os conceitos de humanidade e cidadania democrática.
O anti-ministro da Educação Milton Ribeiro (Foto de Carlos Vieira / CB / D.A Press)
O pastor-ministro também se insurgiu contra o ingresso de jovens sem recursos financeiros aos cursos superiores, defendendo um elitismo de classe, exclusivista, ao dizer que “a universidade não é para todos”. Somente na gestão de Ribeiro junto ao MEC, o número de militares cresceu quase 600%.

Para o filósofo Michael Foucault, esse fenômeno social do racismo de Estado adquire uma forma estatal e biologizante, atrelado ao processo de emergência do biopoder (o poder que tem por objeto a vida do homem), definindo a educação, nesse conceito fascista-eugenista, como elemento para o “melhoramento racial da população”.

A novelização da política

Escolas militares x escolas civis

 

 

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